
O músico Alexandre Lima morreu nesta quinta-feira (28), aos 54 anos. Ele ficou em coma por mais de 10 anos, em Vitória, no Espírito Santo, após sofrer um aneurisma da aorta em 2013.
O artista era uma das vozes do grupo Manimal, que ele formou ao lado do irmão, em 1986. A banda fez sucesso no Brasil e também realizou apresentações no exterior, reunindo ritmos como o ticumbi, música eletrônica, samba, reggae e rockcongo (a fusão entre congo e rock), um movimento criado pelo próprio Alexandre.
Além disso, o músico também foi membro da banda Radio Esperienza, atuou no Combatentes da Cidade e Gângsters, foi instrumentista e agitador cultural da MPB do Espírito Santo e teve uma carreira solo. Ele também era compositor e produtor cultural. Em 2013, antes de ser hospitalizado, ocupou o cargo de secretário municipal de Cultura em Vitória.
Amaro, irmão de Alexandre, usou suas redes sociais para se despedir e homenageá-lo. "Meu irmão, Deus te chamou, mas o barco do amor que você fez continua a navegar. Um dia, a gente se encontra novamente para tocar aquela de sempre. Obrigado por tudo, vá em paz. Te amo. Também agradeço de coração a todos que nos acompanharam e ajudaram, de várias formas, nessa jornada", escreveu.
O que aconteceu com Alexandre Lima?
O músico passou mal no dia 29 de novembro de 2013, enquanto participava de uma reunião para definir a programação de fim de ano em Vitória, no Espírito Santo. Ele recebeu os primeiros socorros de Luciano Rezende, médico que era prefeito do município na época.
Após o aneurisma, Alexandre foi submetido a uma cirurgia e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele entrou em coma após sofrer uma parada cardiorrespiratória e ficou internado por 119 dias, se alimentando apenas por sonda. Em 2015, ele voltou a ser hospitalizado para tratar uma pneumonia.
A família do cantor acusou o hospital e um dos plantonistas de erro médico. Alexandre passou a viver em "estado vegetativo persistente" por ter ficado sem oxigênio na UTI por tempo indeterminado, segundo familiares.
Sem mexer os braços e as pernas, ele recebia cuidados especiais dentro de casa. Cerca de 20 latas de alimentação especial eram usadas por dia. O cuidado custava caro, ultrapassando R$ 20 mil por mês. Todos os anos a família organizava ações para arrecadar fundos para as despesas do artista.