Lançado em 1973, o álbum Índia foi o sexto trabalho de estúdio de Gal Costa, produzido por Gilberto Gil. O disco acabou marcado por ter sua capa censurada pela ditadura militar vigente no país à época.
Na primeira versão comercializada, ele vinha com capa e contracapa sem imagens, com fundo preto, conforme descreveu a própria cantora em participação no programa O Som do Vinil, apresentado por Charles Gavin no Canal Brasil. Posteriormente, ele foi vendido envolto em plástico azul, por conta das imagens sensuais que ilustravam o álbum.
A parte da frente é estampada por uma foto em close de Gal usando tanga vermelha e com uma saia indígena de palha caindo pelas coxas. A imagem da contracapa mostra a parte de cima da cantora, com colares cobrindo parcialmente os seios dela.
A censura à capa de Índia foi oficialmente derrubada somente em 2015, fato comemorado pela artista em suas redes sociais. "Capa do disco Índia censurada nos anos 70 e agora liberada para nosso deleite, incluindo o meu", escreveu ela, compartilhando a imagem.
O diretor artístico do álbum, Roberto Menescal, relatou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, em 2018, a conversa que teve com a censora Solange Hernandez.
— Ela disse que não aprovaria de jeito nenhum. "Pô, uma artista com os seios de fora?", e eu respondi: "Mas é uma índia! Você quer que a índia esteja de sutiã?" — disse Menescal.
Os dois entraram em um acordo para que o disco fosse vendido com a embalagem em plástico azul lacrada. A gravadora espalhou a notícia de que a capa havia sido censurada, o que aumentou o interesse pelo álbum, que acabou levando disco de ouro e de platina.