Marcelo Gross prepara um dia perfeito para os amantes de rock gaúcho. O cantor, compositor e guitarrista lança nesta terça-feira (1º) seu quarto álbum solo, Exilado — sua faceta mais autoral até aqui —, em grande estilo, em um show com a participação especial de Paulo Miklos (ex-Titãs). O evento reunirá ainda nomes conhecidos do público para uma verdadeira festa no bar Opinião, às 22h30min: Duda Calvin, Serginho Moah, Rafael Malenotti e Lucas Hanke. Aqueles que comparecerem poderão ouvir em primeira mão as músicas do novo disco, que tem previsão de lançamento para 18 de novembro. Aos 49 anos, Gross também aproveita a ocasião para revisitar sua trajetória musical. Os ingressos estão disponíveis pelo Sympla. A abertura dos portões será às 21h.
Com 10 músicas inéditas, Exilado foi concebido e gravado durante a pandemia de covid-19. Após 20 anos morando em São Paulo, o ex-guitarrista da Cachorro Grande retornou às suas raízes em Porto Alegre.
Devido ao isolamento e por estar longe da banda, além de produzir o disco, o músico escreveu e interpretou todas as canções, tocou todos os instrumentos e fez todas as vozes — resultando em um álbum verdadeiramente solo, que representa uma assinatura de sua personalidade enquanto artista. E foi justamente essa experiência de dar vida ao álbum sozinho, exilado em um quarto na casa da família, que batizou a obra, que é também um resgate de origens.
— Como eu estava de volta à casa da minha família, onde eu morava quando eu tinha 17 anos, acabei resgatando uns poemas de quando eu tinha essa idade, então foi uma parceria do Marcelo de 50 anos com o Marcelo de 17 anos — conta Gross.
Ele descreve a experiência de criação do disco como "solitária", algo que não gostaria de ter feito dessa maneira, mas que se impôs, devido às circunstâncias. Contudo, o músico já estava acostumado com o processo: quando criava canções para a Cachorro Grande, como os sucessos Sinceramente, Lunático, Dia Perfeito, Que Loucura! e Bom Brasileiro, escrevia e tocava todos os instrumentos sozinho, fazendo uma gravação caseira para depois repassar as demos para a banda. E apesar da solidão, de não ter o feedback de colegas e de ser trabalhoso, considera prazerosa a experiência de fazer tudo, como uma espécie de terapia, além de poder trabalhar com arranjos bem definidos.
— Sempre pensei que em algum momento da minha carreira ia acabar gravando um disco tocando todos os instrumentos. Então, agora meio que chegou esse momento — completa.
Festa especial
Embora tenha orquestrado a obra sozinho, Gross não quer ficar exilado na estreia do novo trabalho: planeja uma bela festa, ao lado de convidados especiais. Ele define a possibilidade de finalmente apresentar o trabalho ao público, com outros músicos, após a experiência solo, como uma alegria.
Os convites surgiram da oportunidade de agregar amigos com os quais desejava tocar há algum tempo e engrandecer ainda mais a festa, trazendo alegria para o show e para o público, que poderá ver canções escritas por Gross, que se tornaram clássicas, na voz de quem ele admira. E o cantor garante que será bacana ouvir, por exemplo, Sinceramente cantada por Serginho Moah, algo que sempre quis saber como soaria, ou Sexperienced, uma música punk, na voz de Duda Calvin.
Já a participação principal do músico, ator e ex-Titãs Paulo Miklos tem como motivação a afinidade e convergência entre os dois artistas: Miklos também tocava em uma banda famosa, na qual era um dos criadores e uma das vozes, enveredou por uma carreira solo e está lançando um álbum novo.
No show, Gross tocará somente algumas canções de Exilado. Perto de completar 50 anos, considera este o momento ideal para revisitar a carreira. Desta maneira, a apresentação abarcará sua época como baterista de Júpiter Maçã, nos anos 1990; canções que compôs para a Cachorro Grande e que acabaram se tornando grandes sucessos — alguns na voz de convidados; faixas de seu álbum anterior, Tempo Louco; clássicos dos Titãs; canções novas de Miklos; e, é claro, seus lançamentos do álbum Exilado.
A abertura fica por conta das bandas Jogo Sujo e Projeto Shaun. O DJ Bruno Suman também anima o público.
Transição
Para Gross, Exilado, seu quarto disco solo, é um álbum de transição, escrito por necessidade artística em um momento no qual não se podia realizar shows. O trabalho retrata o que ele estava vivendo em sua juventude, como desilusões amorosas, além de resgatar poemas abstratos. O single Agora Não É Hora, já divulgado, enfatiza que não há mais tempo para ideias ultrapassadas e intolerantes. Além disso, o disco aborda situações atuais e em que o compositor se projeta como um personagem de uma novela ou conto.
Apesar de o álbum ter sido gravado na pandemia, o músico trabalhou nas faixas enquanto a crise sanitária arrefecia e aguardou para lançá-lo. O motivo foi Tempo Louco, o primeiro álbum fora da Cachorro Grande, gravado pouco antes da pandemia e lançado em julho do ano passado, que ganhou uma edição em vinil neste ano. Gross resolveu segurar o disco novo para o público poder assimilar o trabalho anterior.
Momento histórico
A festa no Bar Opinião coroa um momento importante da trajetória do artista, com a celebração de uma carreira de 30 anos e a aproximação de seu 50º aniversário. Ele considera igualmente importante a presença das pessoas que o acompanham e convida o público a prestigiar este momento histórico. O guitarrista garante que estão preparando uma apresentação bonita e especial, com surpresas, e que quem for conferir sairá de alma lavada.
— Vai ser um show único, exclusivo, que quem não for não sabe o que perdeu, como diria a velha música da Cachorro Grande (risos) — diz Gross, animado.
Lançamento de "Exilado"
- Nesta terça-feira (1º), às 22h30min. Abertura da casa às 21h.
- Bar Opinião (José do Patrocínio 834, bairro Cidade Baixa), em Porto Alegre.
- Ingressos a partir de R$ 60, à venda pelo Sympla.
- Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e um acompanhante.