Com lançamento oficial no fim da manhã desta sexta-feira (11h, no canal do sertanejo no YouTube e nas plataformas digitais), o álbum digital Daniel em Casa reflete um período diferente do sertanejo, um dos nomes mais expressivos do gênero no país.
Aos 52 anos, o cantor, assim como centenas de artistas brasileiros, experimentou um período sem shows, por conta da pandemia de coronavírus e o surgimento das lives e das gravações em casa, tônica que caracteriza o novo álbum.
Com sete faixas, o disco tem como principal destaque uma inusitada parceria de Daniel com o cubano Jon Secada, na canção Angel, na qual ele interpreta a versão em português, enquanto John canta em inglês. Outras canções, como Tudo na Vida Passa e Te Trago à Tona (composição de Luan Santana, Dudu Borges e Euler Coelho), seguem na linha romântica consagrada pelo príncipe do sertanejo, alcunha pela qual ele ficou conhecido.
Por e-mail, Daniel falou sobre o disco e o papel do artista neste momento de crise sanitária.
Como surgiu a ideia de gravar esse EP? Onde foram feitas as gravações?
Procuro estar sempre atento, atualizado, e poder reunir sucessos recentes e uma novidade dessa grandiosidade (a parceria com Jon Secada) é espetacular. As gravações foram feitas, algumas delas, nos Estados Unidos, outras em estúdios, em São Paulo, e em casa também. O nome do álbum é uma referência direta aos tempos que estamos vivendo, mas também é algo que transmite o que sinto quando estou em estúdio gravando, preparando algo para o meu público ou nos palcos interpretando canções, que é semelhante e tão prazeroso quanto estar em casa com a minha família.
E a parceria com Jon Secada? Como foi a troca de experiências com ele?
Falei ao meu empresário e amigo, Matheus Possebon, que tinha o sonho de gravar com alguns artistas que ainda não tive oportunidade. Jon Secada foi um deles. Matheus o convidou e, para minha alegria, ele aceitou. Nosso encontro ocorreu em fevereiro de 2019, em Miami, nos Estados Unidos. Costumo dizer que o dia que nos conhecemos e gravamos foi um daqueles dias que a gente não quer que acabe, sabe?
Ele é um talento absoluto, mas também uma pessoa formidável. Tudo passou muito depressa, mas foi bastante intenso, criamos logo uma conexão, uma amizade. O resultado é lindo e espero que todos gostem tanto quanto nós.
Para um artista acostumado a shows com multidões, como foi esse 2020? Quais os lados bons e ruins desse período?
Sou muito privilegiado, pois pude estar ainda mais próximo das minhas filhas e esposa, acompanhando todas de pertinho, ajudando da forma que posso em tudo que elas realizam, como com os afazeres de escola, por exemplo. Passamos bastante tempo juntos, e isso me fortaleceu nesse período. Meus pais e irmãos moram perto da minha casa, então consigo ver todos a distância pelo menos. Tenho pais idosos e um irmão especial, então redobramos os cuidados.
Qual responsabilidade um artista tem neste momento de pandemia junto ao público?
Eu acredito que nós, artistas, podemos auxiliar, sim. Fiz lives com arrecadação de alimentos, de valores, beneficiando hospitais e instituições que precisam muito neste momento. Também apoio campanhas, sou embaixador de algumas causas em que acredito. Neste momento, a união tem feito muita diferença, e ajudar com nossa influência, por sermos pessoas públicas, eu acho importante. Junto com isso, eu procuro transmitir fé, esperança e um conforto para quem precisa. A música tem esse poder curativo, e eu sou muito grato por ser um meio, um canal para tocar o coração das pessoas. Muito bom fazer parte da vida das pessoas, ser parte de uma transformação positiva, conduzir alegria.