A cantora Maria Rita disse que não consegue se calar diante da atual situação do Brasil e que tem uma responsabilidade familiar, mesmo ancestral, ao fazer isso.
— Sei quantas pessoas morreram pra gente estar aqui e ter esse monte de louco brincando com a democracia — afirmou em entrevista ao canal do YouTube Papo de Música.
A artista falou que sente uma mistura de angústia, raiva e sufocamento diante dos recentes acontecimento políticos.
— Acho que mais hora ou menos hora o bicho vai pegar. Por isso, a gente precisa estar forte. Atento e forte. Atento porque estão brincando com a democracia, jogando com palavras. Palavra é uma coisa muito forte.
A cantora ainda comentou que a "escuridão" que estamos vivendo não começou agora e já estavam em suas músicas, como em Vero (2003).
— Sempre tive isso, não sei se veio do útero, mas sempre tive esse negócio de justiça social. E gosto de colocar nas entrelinhas. Quem quer analisar, analisa; quem quer curtir, curte.
Na entrevista, Maria Rita também recordou sua volta ao Brasil, após anos vivendo nos Estados Unidos, e a forma como se identificou com o samba, gênero musical que afirma considerar o mais completo e emocionante.
— O samba é o amor, é o desamor, é o ódio, é a resistência, é o berro político, é o berro malandro, é a palhaçada...
Maria Rita também recordou algumas de suas histórias com Arlindo Cruz, que ela afirma ser uma das pessoas que mais a ajudou a se encontrar no samba. Histórias que, segundo ela, são sempre uma zorra, uma bagunça boa, cheias de gargalhadas.
— Ele me permitiu abraçar a sambista que existe em mim.