Vamos de superlativo aqui: foi o show de estreia da cantora gaúcha em atividade mais ouvida no país no maior festival de música do Sul do Brasil. Com seis milhões de ouvintes mensais no Spotify (para efeito de comparação, Elis Regina tem 1,8 milhão) e mais de 510 milhões de visualizações no YouTube, Luísa Sonza se apresentou pela primeira vez no Planeta Atlântida, nesta sexta-feira (31), em uma performance dançante (em especial, rebolativa) e emocionada, com boa presença de palco.
Aos 21 anos, Luísa é uma cantora que representa um pop contemporâneo e dançante, cuja sonoridade costuma formar um mosaico de ritmos urbanos — funk, eletrônica, r’n’b, entre outros. Consequentemente, suas músicas são perfeitas para as pistas de dança. E, pela reação do público, para o Planeta também.
Acompanhada de seis dançarinos (três homens, três mulheres), Luísa abriu sua apresentação no Palco Atlântida com Pior que Possa Imaginar. Não havia banda, apenas um DJ e três excelentes backing vocals para apoiá-la — aliás, elas performaram durante um breve intervalo de Luísa.
No decorrer do show, Luísa se emocionou antes de cantar Eliane.
— Está sendo muito difícil cantar hoje. Só quem é gaúcho sabe o que é se apresentar no Planeta Atlântida. Não estou conseguindo cantar, vocês me perdoem se eu desafinar. Estar aqui é muito especial pra mim — relatou aos prantos, com a voz embargada.
Em seguida, ela dedicou à canção a sua mãe:
— Mãe, eu te amo. Feliz aniversário.
Após cantar Olhos Castanhos, que foi dedicada ao seu marido, Whindersson Nunes, Luísa voltou a desabafar:
— Obrigada, gente. Vocês me fazem chorar.
Em seguida, a cantora chamou sua mãe ao palco para cantar Parabéns, porém foi informada que ela estava no banheiro. Então, avisaram que sua mãe estava vindo, o que não se confirmou.
— Depois. Ela tá cagando — brincou.
No repertório teve a explosiva Devagarinho, um de seus maiores hits, que pôs o público para rebolar. Também teve as faixas presentes em seu disco de estreia, Pandora, lançado no ano passado — como Bomba Relógio (“Meu anjo, eu nunca escondi/ Sou bomba relógio querendo explodir/ Te quero agora, na hora e aqui/ Me toca, me acende”) e Garupa (“Eu vou na garupa-pa-pa/ Vem me deixar maluca”), que encerrou o show. Nessa última, ela entrou no palco a bordo de uma moto amarela, em um momento Rob Halford, vocalista do Judas Priest.
Com direito a fumaça e papel picado, o hit agressivo e ameaçador Combatchy (“Oi, bota a cara pra tu ver/ O que vai acontecer/ Eu vou te dar o ‘preju’/ Vai tomar surra de bumbum”), de Anitta, em que ela participa, foi outro momento frenético. E rebolativo.
Luísa cantou sua versão de Amor de Que, de Pabllo Vittar, o que remeteu à época em que ela foi projetada pelo YouTube, no qual ficou conhecida como a Rainha dos Covers interpretando diversos sucessos. Vale lembrar que, em 2017, a cantora ganhou o Prêmio Multishow de Música Brasileira na categoria Melhor Cover da Web. Entre outros covers de funk, estava Verdinha, de Ludmilla.
Natural de Tuparendi, noroeste do Estado, Luísa era uma prodígio que passou parte de sua infância e adolescência se apresentando em supermercados, festejos de final de ano na pracinha da cidade, casamentos e até velório — como relatou em entrevista à revista Donna. Desta vez, ela fez sua estreia no Planeta Atlântida. E talvez ela ainda esteja só no começo.