Com quatro anos de carreira, Marília Mendonça se tornou um dos principais nomes do sertanejo, com uma porção de sucessos e um projeto ambicioso de tocar em todos os cantos do país. Mesmo assim, a jovem de apenas 24 anos afirma que pensa "todos os dias" em dar uma pausa na carreira.
— Desde que comecei foi um turbilhão. Não tive um tempo para começar, entender e estourar. Meu primeiro show dentro da Workshow tinha cinco mil pessoas. Eu sempre lidei com essa loucura — afirmou a cantora no lançamento de sua série documental Marília Mendonça - Todos os Cantos, que estreia dia 13 no Globoplay.
Goiana, Marília conta que, em 2016, durante uma de suas primeiras turnês, sofreu por ter ficado longe de casa, sem ver a família por três meses.
— Tive que parar por uma semana porque fui diagnosticada com estafa. Nesse dia botaram fogo no local de um show que não consegui fazer porque estava de cama, o que me deixou muito triste.
Ela recorda que esse foi o único momento em que pensou de fato em parar:
— Quando vi que estava doente, os comentários no meu Instagram eram: "Tomara que morra". Fiquei muito assustada, porque eu estava começando. Pensava: "Meu Deus o que está acontecendo? Estou há três meses sem ver minha mãe, o valor do ingresso será devolvido e as pessoas estão lidando com isso assim? As pessoas que me amam, que compraram ingresso para me ver, desejando que eu morra? O que estou fazendo aqui?" — relembrou a artista.
Mas isso ficou no passado. A artista organiza hoje sua agenda com espaço para se dedicar a outros trabalhos.
— Às vezes, tenho que dar negativa para artistas que sou fã ou para projetos incríveis. É uma loucura, mas temos que viver! Me solidarizo e apoio quem quer dar uma parada, uma respirada. Todo mundo tem seu tempo.
As críticas também não a intimidam mais:
— Há dois tipos de pessoas: aquela que se frustra e fala "realmente você está certo no que está falando" e a outra que quer provar que vai conseguir. Eu sou a segunda pessoa.
Marília lembra ter ouvido várias vezes que era uma boa compositora, mas que sua voz não era legal, porém ela provou o contrário.
— Meu empresário sempre trabalhou essa psicologia reversa comigo. Ele dizia: "Não dá para gravar não". Só que naquelas em que ele falou que não daria, João Neto e Frederico gravaram quatro, uma delas é Minha Herança, a primeira composição da minha vida. Sou assim, não só com a música: quis emagrecer e consegui, decidi parar de fumar e parei. Sou determinada e gosto de me desafiar. É desse jeito que funciona para mim — explica.