O cantor americano de R&B R. Kelly, acusado de abuso sexual contra mulheres, contra-atacou nesta segunda-feira (23) com uma música de 19 minutos, na qual revelou que ele próprio sofreu abusos na infância.
Intitulada I admit (Eu reconheço), a longa canção, no entanto, reforça mais as negativas do que as admissões, enquanto o astro de I Believe I Can Fly expressa sua frustração pelas acusações feitas contra ele.
"Nunca pensei que chegaria a isto, a ser o artista mais desrespeitado", canta, ao ritmo do R&B.
"Sendo assim, tive que escrever uma música sobre isso porque eles sempre pegam as minhas palavras e as distorcem", acrescenta.
Várias organizações, como o movimento de apoio às vítimas de abuso sexual e pela igualdade de gênero Time's Up, pediram a realização de investigações judiciais após a difusão de revelações sobre o artista, cujo nome de registro é Robert Sylvester Kelly.
Em um trecho da canção, Kelly diz que um familiar o tocou sexualmente desde muito jovem até perto dos 14 anos.
"Muito assustado para dizer alguma coisa/ assim, só culpo a mim mesmo/ agora estou aqui, e estou tentando fazer o maior esforço para ser honesto".
O movimento Time's Up pediu para a indústria da música se afastar de Kelly e fez um apelo por um mundo no qual as mulheres "possam seguir seus sonhos livres de ataques sexuais, abusos e condutas predatórias".
Kelly foi absolvido em 2008 de acusações de pornografia infantil depois de um vídeo que supostamente o mostrava praticando atos sexuais com meninas menores de idade.
Mais recentemente, uma mulher de Dallas fez uma denúncia à polícia afirmando que Kelly, de 51 anos, transmitiu-lhe conscientemente uma doença sexualmente transmissível e o site BuzzFeed News publicou que o cantor manteve seis mulheres praticamente em situação de escravidão virtual, controlando suas dietas, seu vestuário e sua vida sexual.