Os espectadores acostumados a assistir a concertos com solos de instrumentos tradicionais no repertório erudito, como piano, violino e violoncelo, terão uma rara oportunidade na apresentação que a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) realiza nesta terça-feira (5/9), às 20h30min, no Theatro São Pedro. O destaque do programa será o Concerto nº 2 para Vibrafone e Orquestra, de Ney Rosauro, que será também o solista.
Compositor e músico requisitado internacionalmente, o carioca radicado há quase 20 anos em Miami é conhecido por seu trabalho com instrumentos de percussão com melodia, como o vibrafone, que não é tão frequente na linha de frente das salas de concerto. Rosauro, que viveu em Porto Alegre dos quatro aos 19 anos e depois lecionou em Santa Maria, desenvolveu uma importante carreira também como professor durante mais de 35 anos, mas há seis anos decidiu se tornar freelancer. Hoje, vive de composições, direitos autorais e concertos. Considera que desenvolveu um estilo brasileiro de escrita musical, fácil de ser reconhecido pelo público:
– Durante minha formação, estudei muito música de vanguarda. Quando acabei o curso, fiquei anos sem compor, pois tinha tanto "não pode isso, não pode aquilo", que eu não sabia o que fazer. Mais tarde, comecei a compor sem compromisso, simplesmente seguindo meu coração.
Rosauro acredita que uma das atrações da percussão para o público é o apelo visual dos braços do músico se movimentando com agilidade do grave para o agudo:
– Dizem que a percussão é a cozinha, mas a percussão que eu faço é na sala de estar. É uma percussão que vai para a frente, que toca melodia, contraponto, harmonia.
Também integram o programa As Hébridas, de Mendelssohn (1809 – 1847), e a Sinfonia nº 8, de Beethoven (1770 – 1827). O maestro Diego Naser, do Uruguai, que será o regente, afirma:
– Nem sempre as obras escolhidas para um concerto sinfônico devem ter relação entre si. Nesse caso, acredito que são obras muito importantes por diferentes motivos, e essa poderia ser uma relação entre elas.
Naser explica que Beethoven não estava em um bom momento na vida, mas fez da Sinfonia nº 8 uma obra "alegre, divertida e com muito senso de humor":
– Esse senso de humor está retratado em muitos de seus recursos compositivos, como a imitação de um metrônomo no segundo movimento ou cortes abruptos na música, assim como mudanças absolutamente inesperadas na tonalidade e na modulação.
Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa)
Nesta terça-feira (5/9), às 20h30min.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), em Porto Alegre, fone (51) 3227-5100.
Ingressos: R$ 20 (galeria), R$ 30 (camarote lateral), R$ 40 (camarote central) e R$ 50 (plateia), à venda na bilheteria do local, das 13h até o horário de início.
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