A Camerata Florianópolis e o cantor e compositor Lenine se apresentam neste domingo, às 19h, no Auditório Araújo Vianna. Será o encontro da música erudita com a MPB de Pernambucano. O concerto, que inclui sucessos como Hoje eu Quero Sair Só, Paciência, Simples Assim e Jack Soul Brasileiro, terá a participação do pianista e arranjador Luiz Gustavo Zago.
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A convergência erudito-pop não é novidade para Lenine e nem para a Camerata. O músico pernambucano já teve experiências com outras orquestras, como a Orchestre National d'Île-de-France, a Orquestra de Rouen e a Orquestra Jovem das Gerais. Já a Camerata se apresentou com o próprio Lenine, em 2014 e em 2016 e, sob a batuta do maestro Jeferson Della Rocca, vem se notabilizando por realizar parcerias musicais tão populares quanto diversas. Em Florianópolis, o público já se acostumou aos concertos com repertório de grandes nomes do rock, do pop e até do reggae – as apresentações com canções do cantor jamaicano Bob Marley, realizadas ano passado, fizeram muito sucesso por lá.
Leia entrevista do músico a ZH:
Este concerto foi apresentado em Florianópolis quatro vezes no ano passado, sempre com ingressos esgotados. Por que o público gosta tanto de ouvir suas músicas em versões com orquestra?
Acho que é um público que quer me ver, independentemente do formato. Quer me ver arriscando, experimentando. E tem a ver também com a minha trajetória musical. Também tem outra questão: talvez esse público não veja muito a música acadêmica, erudita. E talvez o público da música erudita veja uma oportunidade de ter mais contato com a MPB. É esse o resultado desta soma de públicos.
Você atualizou o repertório?
Acrescentamos umas cinco ou seis músicas em relação ao que apresentamos no ano passado. Colocamos mais músicas do disco Carbono, quase todo, na verdade.
Qual é o grande barato de tocar com uma orquestra?
Tem a ver com compartilhamento. Eu não sou acadêmico, mas passei muito tempo em processo de formação acadêmica com a MPB. E poder compartilhar e trocar experiências com a música de câmara é uma grande oportunidade.
Fazer novos arranjos, adaptar tudo para o formato erudito, organizar um grande número de músicos no palco... Não deve ser um trabalho fácil.
Não é simples (risos). A gente chega a estudar os fonemas de cada palavra da letra, para saber o que funciona melhor. Mas já fiz isso em outras ocasiões, com outras orquestras. Isso já acontece há alguns anos e, de lá para cá, se deu de maneiras diferentes. Acho que parte disso se deve à capacidade do meu repertório de poder alcançar isso. Entendo que minha música é como uma roupa, e ela veste de várias maneiras. Pode ser só um violão, na beira da praia. Aí a roupa seria uma sunga. Mas também pode ser uma roupa completa, que seria o trabalho com a Camerata. A música é como um tipo de relevo sonoro que se adapta e dá verdade a outro tipo de análise.
Camerata convida Lenine
Show com músicas do cantor pernambucano.
Domingo, às 19h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685), em Porto Alegre. Ingressos de R$ 50 a R$ 180, à venda no site bit.ly/LenineCamerata; no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80), sábado, das 10h às 22h, e domingo, das 14h às 20h; e no local, domingo, a partir das 16h.