O concerto de estreia da temporada 2017 da Orquestra Jovem do Rio Grande do Sul (OJRS), nesta quarta (26/4), representará uma nova etapa na trajetória do projeto social voltado à música criado em 2009. Com a inclusão de instrumentos como flauta transversa, oboé, clarinete, fagote e trompa, o conjunto evoluiu para o formato de sinfonietta, ou seja, poderá executar o repertório da música de concerto até o período clássico, incluindo compositores com Mozart e Beethoven.
A transição foi viabilizada com patrocínio de R$ 100 mil, por meio da Lei de Incentivo à Cultura estadual (LIC-RS), empregado na aquisição de instrumentos e contratação de professores. Responsável pela condução musical das crianças e jovens da OJRS, o maestro Telmo Jaconi explica que se trata de um passo em direção ao formato de uma orquestra sinfônica completa:
– Para executar o repertório do período romântico e posteriores, faltam trompetes, trombones, tuba, harpa, tímpanos, percussão e mais alguns.
Neste ano, a Orquestra Jovem realizará oito apresentações em novo lar, sempre com entrada franca: o Teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa (nos últimos dois anos, os concertos eram no Teatro Bruno Kiefer da Casa de Cultura Mario Quintana). Além da temporada oficial, haverá a Série Concertos nas Capelas, com performances no Pão dos Pobres, na Casa de Apoio Madre Ana e na Santa Casa. O programa da estreia da temporada será variado: dos eruditos
Bach, Tchaikovsky, Pachelbel e Händel aos populares Elvis Presley e Michael Jackson. Segundo o maestro Jaconi, o repertório da orquestra sempre procurou desafiar as barreiras dos rótulos, buscando a coexistência entre música de concerto, popular, regional e folclórica:
– Praticamos todos os gêneros, preferencialmente instrumentais, e procuramos a conscientização de que o principal é fazer música com dedicação e respeito. Apenas não permitimos músicas com letras de baixo nível, que apelem para expressões que não permitimos que sejam usadas em nosso convívio diário.
Bons exemplos não faltam aos 99 estudantes de 10 a 24 anos de idade da rede pública de ensino que integram a OJRS: a temporada 2017 contará com ilustres regentes convidados, como Isaac Karabtchevsky e Felipe Prazeres (ambos da Orquestra Petrobras Sinfônica), Roberto Tibiriçá, Edilson Ventureli (Orquestra Sinfônica de Heliópolis, de São Paulo) e Ariel Britos (Orquestra Juvenil do Sodre, do Uruguai). Os planos para este ano incluem a aquisição e incorporação de novos instrumentos, viagens de intercâmbio e apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro. Até 2019, a meta é chegar a 240 integrantes e realizar uma turnê internacional. O desafio para o alcance de todos os objetivos será a captação de recursos via leis de incentivo à cultura, como explica a presidente da orquestra, Carla Zitto:
– Pensamos na sustentabilidade do projeto, o que envolve aquisição de instrumentos, manutenção de alunos, qualificação dos espaços de aula e ensaios, qualificação de professores, intercâmbio e master classes com convidados.
Atualmente, 10 jovens da orquestra cursam bacharelado em Música na UFRGS e três estão em outros cursos superiores. Carla ressalta que os efeitos do projeto de inclusão social não se limitam aos 99 atendidos, multiplicando-se por "quatro ou cinco vezes" ao incluir seus grupos familiares.
Contando com uma rede de apoiadores e patrocinadores, a orquestra foi afetada pelo efeito cascata da crise econômica, mas Carla garante que a superação passa por um lema:
– Usamos uma expressão: em tempos de crise, crie!
COMO DOAR
Empresas e pessoas físicas podem ajudar a financiar a Orquestra Jovem do RS por meio de renúncia fiscal e doações pela internet. Para saber como, acesse bit.ly/ojrs2017.
ORQUESTRA JOVEM DO RS – ESTREIA DA TEMPORADA 2017
Nesta quarta-feira (26/4), às 20h.
Teatro do Centro Histórico-Cultural da Santa Casa (Avenida Independência, 75), fone (51)3214-8255, em Porto Alegre.
Entrada franca, com retirada de senhas uma hora antes do concerto, na bilheteria do teatro.