Mais de duas décadas depois da saída dos Engenheiros do Hawaii, banda com a qual foi alçado ao sucesso nacional e arrebatou discos de ouro e de platina, o guitarrista Augusto Licks já não está mais habituado com a agitação dos palcos. Discreto, o músico gaúcho mora no Rio de Janeiro e não se expõe à imprensa desde o final de 1993, quando ocorreu sua ruidosa saída do grupo, sucedida de uma batalha judicial entre os integrantes. Ultimamente, no entanto, Licks vem quebrando o silêncio com o workshop Do quarto para o mundo, que tem levado para diferentes capitais. Neste sábado, ele traz o projeto para Porto Alegre, com um encontro no Centro Histórico-Cultural Santa Casa, às 15h – as inscrições custam R$ 240 e podem ser feitas pela internet.
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– Estar fora da mídia não significa estar fora da música. Sempre tenho a música perto de mim – afirma Licks. – O workshop foi para mim uma solução para atender a pedidos que recebia de entrevista e de aula, de uma maneira que pudesse conversar sobre assuntos com profundidade.
O encontro não tem um roteiro pré-determinado e pode abarcar diferentes temas, desde a evolução da maneira de se fazer e ouvir música ao longo do tempo até bloqueios de aprendizado e aspectos técnicos para a escolha de um instrumento.
– Organizei conteúdos e ofereço aos participantes uma espécie de cardápio, em que eles vão escolher os temas ou especificidades que lhes interessam mais.
Mesmo 20 anos após a saída dos Engenheiros do Hawaii, Augusto Licks ainda costuma receber visitas de fãs, que buscam conhecer pessoalmente o ídolo e receber autógrafos em vinis e CDs. Muitos ainda sonham em ver um reencontro do grupo, mas o guitarrista não alimenta expectativas.
– Isso ficou muito lá atrás. O mundo anda – avalia Licks.
Sobre a rompimento do elo com o baixista e vocalista Humberto Gessinger e o baterista Carlos Maltz, faz hoje sua avaliação:
– Tudo tem seu prazo de validade. As coisas da banda não acabaram muito bem. Começou a se criar ali uma aspiração de carreira solo disfarçada. Virou uma forma de poder.