Depois de ter suas apresentações no Estado adiadas devido a uma cirurgia feita em julho, Benito Di Paula vem lançar neste final de semana o single Essa felicidade é nossa com dois shows: no sábado, em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna, e no domingo, em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale. Os ingressos que já haviam sido adquiridos anteriormente para os shows que estavam marcados para os dias 16 e 17 de julho em Porto Alegre e Novo Hamburgo, respectivamente, seguem válidos para as novas datas. Um dos maiores vendedores de discos do Brasil na década de 1970, o cantor, compositor e pianista fluminense divide os palcos com o filho e cantor Rodrigo Vellozo, com o sobrinho Kauã Vellozo, que toca cavaquinho, e com o irmão guitarrista e também compositor Ney Vellozo – que acompanha Benito desde 1976.
– Estou preparando um trabalho novo que espero lançar ainda neste ano. Não sei ainda se será só com músicas inéditas ou se também terá regravações. O disco terá o nome do single, Essa felicidade é nossa – explica o músico em entrevista por telefone a Zero Hora, ressaltando que pensa em relançar seus trabalhos antigos no formato vinil, atendendo a uma demanda de seu grande público cativo.
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Surgido na cenário musical nacional no começo dos anos 1970, Uday Vellozo – nome de batismo de Benito – despontou fazendo uma mistura de samba com ritmos como o bolero, a salsa e mesmo um tipo de jazz latino, chamando a atenção por acrescentar o piano na batucada brasileira.
– Não toco piano nem por música, nem por ouvido. Toco por necessidade. Éramos 15 irmãos lá em casa, não deu tempo de estudar. Papai tocava todos os instrumentos de pobre: violão, cavaquinho, bandolim. Automaticamente, eu fui para o violão. Quando surgiu a oportunidade de tocar para públicos maiores, transportei o que sabia do violão para o piano. É muito complicado, mas eu consegui fazer os acordes do violão no piano – relembra Benito.
Apesar da grande popularidade que alcançou com sucessos como Retalhos de cetim, Charlie Brown, Do jeito que a vida quer e Violão não se empresta, Benito Di Paula sempre foi esnobado pela crítica, que rotulou pejorativamente seu estilo como “samba joia” – uma espécie de subgênero romântico aparentado do samba-rock, interpretado por cantores como Agepê e Luiz Ayrão. O sambista escapava às categorizações consideradas então adequadas: não era nem “orgânico”, porque colocava o alienígena piano no samba, nem socialmente engajado por conta das letras de amor e de versos ufanistas politicamente incorretos em tempos de ditadura militar como os de Mulher brasileira (“Agora chegou a vez, vou cantar / Mulher brasileira em primeiro lugar”). Fã confesso do pianista de jazz canadense Oscar Peterson (“Ele foi o maior”), Benito ainda está à espera do desagravo que já reabilitou artistas como Wilson Simonal e Jorge Ben – até o criador do “samba esquema novo” passou anos escanteado como autor de música menor.
– Arte não envelhece. Adoro Perez Prado, Xavier Cugat e música cubana. Sou fã de Chick Corea, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Jacob do Bandolim, adoro demais o Borghetinho. Considero meu trabalho como latino-americano, mais do que brasileiro. O pessoal tinha preconceito, sim. Aceito que a minha música seja diferente daquela que faz o Chico Buarque, mais não sou pior do que sertanejo (risos). Mas não dou muita bola, é besteira ficar me preocupando com isso. Tenho 50 milhões de discos vendidos no mundo, né?
BENITO DI PAULA
Sábado, às 21h, em Porto Alegre, no Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685).
Domingo, às 20h, em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale (ERS-239 – Campus II da Universidade Feevale), em NH.
Duração: 90 minutos. Classificação: livre.
Ingressos(show em POA): R$ 80 (plateia alta lateral), R$ 100 (plateia alta central), R$ 120 (plateia baixa lateral), R$ 140 (plateia baixa central) e R$ 160 (plateia gold). Descontos de 50% para sócios do Clube do Assinante (limitado a cem ingressos) e de 10% para sócios do Clube do Assinante nos demais ingressos.
Ingressos (show em NH): R$ 80 (frisas 2º e 4° andar), balcão nobre (R$ 100), R$ 120 (plateia térreo) e R$ 140 (camarotes).
Pontos de venda (show em POA): bilheterias do Teatro do Bourbon Country e do Auditório Araújo Vianna (sem taxa de conveniência), Agência Brocker Turismo (em Gramado), Bourbon Shopping Novo Hamburgo, Rua Coberta do Câmpus II da Universidade Feevale e Call Center 4003-1212 (com taxa).
Pontos de venda (show em NH): Rua Coberta do Câmpus II da Universidade Feevale, Bourbon Shopping Novo Hamburgo, bilheterias do Teatro do Bourbon Country e do Teatro Feevale, duas horas antes do espetáculo ter início (sem taxa); Agência Brocker Turismo (em Gramado) e Call Center 4003-1212 (com taxa).
Online: ingressorapido.com.br.