A jornalista e escritora Thalita Rebouças e o psicólogo Renato Caminha autografam o livro Falando Sério sobre Adolescência na Feira do Livro de Porto Alegre nesta sexta-feira (15). Pela manhã, em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, eles falaram sobre os desafios dessa fase da vida, como o uso de celulares nas escolas, o tempo nas redes sociais e a importância do cuidado com a saúde mental.
— Eu e o Renato brincamos que (o livro) é um diálogo entre a arte e a ciência para ajudar os pais a passarem por essa fase. Porque não é fácil mesmo. E assim, a gente conversando... Isso é tudo que eu abordo nos meus livros. Bullying, preconceito, birra. Com todo o conhecimento do Renato e com tudo que eu fui entendendo ao longo desses 25 anos que eu estou escrevendo para essa galera. Fizemos um glossário, de A a Z. Tem A de amor, de automutilação. B de bullying. C de crise de celular. Essa praga chamada celular. D de depressão. E de escola. M de mentira, de masturbação — contou.
Questionada por Kelly Matos qual é o depoimento mais comum entre os pais, a escritora discorreu sobre um problema sério de saúde mental entre os jovens.
— Eu vou te falar uma coisa que é bem triste. A coisa que mais pais e mães pediam para mim, pedem desde sempre, é (falar sobre) automutilação. Eu acho que é o grande problema. Renato pode me corrigir se eu estiver errada. Eu fiz um livro... Porque eu sempre falei: "Meu Deus, como é que eu vou abordar esse assunto com leveza". Consegui encontrar, eu acho, essa leveza no Confissões de uma Garota Linda, Popular e Secretamente Infeliz (2019). Em uma Bienal do Rio, uma menina chorando... Eu fico emocionada contando, porque ela falou: "Eu me cortei durante muitos anos. E ler o seu livro me fez ver que eu não estava sozinha, que eu podia pedir ajuda".
Procure ajuda
Caso você esteja enfrentando alguma situação de sofrimento intenso ou pensando em cometer suicídio, pode buscar ajuda para superar este momento de dor. Lembre-se de que o desamparo e a desesperança são condições que podem ser modificadas e que outras pessoas já enfrentaram circunstâncias semelhantes.
Se não estiver confortável em falar sobre o que sente com alguém de seu círculo próximo, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O CVV (cvv.org.br) conta com mais de 4 mil voluntários e atende mais de 3 milhões de pessoas anualmente. O serviço funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados), pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil (confira os endereços neste link).
Você também pode buscar atendimento na Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), no telefone 192, ou em um dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Estado. A lista com os endereços dos CAPS do Rio Grande do Sul está neste link.