A 22ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, chegou ao fim neste domingo (13) com um balanço dos autores e das obras mais vendidas da edição deste ano.
A Livraria da Travessa, livraria oficial do evento, vendeu 15 mil exemplares durante os cinco dias de atividades. O autor mais procurado foi João do Rio, o homenageado da festa literária, com 839 unidades vendidas. Ele ocupa as duas primeiras posições no ranking com edições diferentes de A Alma Encantadora das Ruas. Luiz Antônio Simas, que fez a abertura sobre João do Rio, também aparece na lista.
Outros destaques foram Édouard Louis, Geni Nuñez, Mohamed Mbougar Sarr, Ilaria Gaspari, Jeferson Tenório, Atef Abu Saif e Carla Madeira. A única não participante do evento que aparece na lista de autores mais vendidos é Han Kang, sul-coreana que venceu o Prêmio Nobel de Literatura na quinta (10).
Veja os títulos mais vendidos:
A Alma Encantadora das Ruas, João do Rio (edição da Antofágica)
A Alma Encantadora das Ruas, João do Rio (edição da José Olympio)
A Mais Recôndita Memória dos Homens, Mohamed Mbougar Sarr (Fósforo)
Quero Estar Acordado Quando Morrer, Atef Abu Saif (Elefante)
Descolonizando Afetos, Geni Nuñez (Paidós)
Felizes por Enquanto, Geni Nuñez, (Planeta do Brasil)
Canção do Amor, Txai Surui (Elo Editora)
A Vegetariana, Han Kang (Todavia)
O Avesso da Pele, Jeferson Tenório (Companhia das Letras)
Mudar: Método, Édouard Louis (Todavia)
Público
Segundo a Flip, entre 27 e 30 mil pessoas passaram pela festa nestes cinco dias, número muito semelhante ao da edição anterior. O evento ocorria tradicionalmente em julho, mês que facilitava a vinda de estudantes e famílias por conta das férias escolares.
Em 2022 e 2023, ocorreu em novembro, após dois anos online por conta da pandemia. A organização afirmou que estuda fazer a Flip de 2025 em agosto, mas depende das negociações com patrocinadores serem concluídas até dezembro. Se não, ele deve ser realizado em outubro novamente.
Programação oficial
A Flip anunciou neste domingo que a curadora Ana Lima Cecilio volta a comandar a programação em 2025. Sob o organização dela, escritores e personalidades do mercado literário se reuniram para discutir livros, literatura e escrita, com ações que também tivessem um olhar para questões contemporâneas e que pudessem atrair o público para além de quem estava falando. Ainda assim, mais uma vez, foi uma Flip sem grandes nomes internacionais.
As mesas mais lotadas foram a do francês Édouard Louis, autor de O Fim de Eddy e a principal estrela da edição, e a conversa entre o brasileiro Jeferson Tenório e o senegalês Mohamed Mbougar Sarr.
Outros destaques foram a abertura de Luiz Antonio Simas com um tributo ao cronista e jornalista João do Rio, e a mesa com o escritor palestino Atef Abu Saif e a escritora gaúcha Julia Dantas, que discutiu a escrita como forma de sobrevivência em meio à tragédia.
Mas, com ingressos a até R$ 130, muitas mesas no Auditório da Matriz ficaram com cadeiras vazias. Com alguns convidados internacionais, a tradução simultânea enfrentou problemas em mais de um momento. Em outros casos, as perguntas feitas pela mediação ou o uso de uma linguagem acadêmica demais tornaram o debate confuso e pouco acessível.
Um ponto positivo foi que, neste ano, quem via as mesas do telão do lado de fora também podia enviar perguntas para a mediação. Não quer dizer que foram muitas, mas foi uma boa artimanha da organização para fazer a plateia sentir mais próxima dos autores. Já no YouTube, onde as mesas da Flip são transmitidas ao vivo, a audiência vem crescendo: foram 53 mil pessoas no canal oficial da festa, contra 25 mil em 2023 e 18 mil em 2022.