O escritor britânico David Cornwell, pseudônimo de John Le Carré, morreu na noite de sábado (12) aos 89 anos, segundo a agência Curtis Brown Group, responsável pela carreira do autor. De acordo com o comunicado divulgado neste domingo (13), ele teve complicações derivadas de uma "pequena doença", não relacionada com a covid-19.
Conhecido principalmente pela obra "O Espião Que Saiu do Frio", publicada em 1963 e considerado um dos 100 maiores romances do século 20 pela revista Time, Le Carré foi autor de diversos livros de espionagem no contexto da Guerra Fria. O romance, do qual mais de 20 milhões de cópias foram vendidas em todo o mundo, conta a história de Alec Leamas, um agente duplo britânico na Alemanha Oriental. A adaptação da obra para o cinema, com Richard Burton no papel principal, marca o início de uma longa colaboração com as artes visuais.
Boa parte da sua obra está relacionada à experiência no serviço secreto britânico — trabalhou no MI5 durante os anos 1950. Ele ainda atuou no MI6, responsável pela espionagem internacional britânica, quando publicou os primeiros livros. A carreira como agente secreto foi arruinada pelo agente duplo britânico Kim Philby, que revelou à KGB (os serviços de inteligência da URSS) a cobertura de muitos de seus compatriotas. John Le Carré, então, deixou o cargo e se dedicou apenas às letras.
Tornou-se um dos escritores mais lidos e vendidos da história do Reino Unido nos anos 1960, 1970 e 1980, com obras como "O Espião que Sabia Demais", "Uma Pequena Cidade na Alemanha" e "A Casa da Rússia". Sua última obra, "Agente em Campo", foi publicada em outubro de 2019.