Atenta às oportunidades, Uruguaiana está consolidada como um destino turístico na Fronteira Oeste do Estado. Além dos atrativos de que já dispunha, a cidade também é considerada a capital nacional dos Free Shops – lojas com isenção de impostos sobre produtos nacionais e importados. É opção para quem busca cultura, lazer, boa gastronomia e excelentes oportunidades de compra.
Única cidade fundada pela República Rio-Grandense, Uruguaiana tem história correndo por suas ruas milimetricamente planejadas. A pedido do líder farroupilha Bento Gonçalves, nascia uma cidade com capacidade para contar com uma alfândega, devido à proximidade com a Argentina.
A ideia fez surgir, às margens do rio Uruguai, uma comunidade que mantém os pés na tradição e o olhar no futuro. Essa perspectiva é importante para entender algumas das vocações que norteiam o desenvolvimento do município: o comércio, o agronegócio, a logística e a tradição.
Free Shops
Quem frequenta as cidades gaúchas que fazem limite com o Uruguai acostumou-se, por décadas, a cruzar a fronteira para fazer compras com isenção de impostos. No entanto, em 2012 a legislação brasileira concedeu o benefício a estabelecimentos instalados do lado de cá – e Uruguaiana, que já nasceu baseada em muito planejamento, não perdeu tempo.
– A cidade criou uma legislação municipal para incentivar os empresários, que também entenderam essa oportunidade. O ponto inicial foi a chegada de uma grande rede mundial de free shops e, na sequência, os empreendedores locais abriram mais de uma dezena – conta o presidente do Conselho Municipal de Turismo e diretor financeiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, Jorge Prestes Lopes.
Já são 12 lojas, que oferecem um mix de produtos bastante amplo. Eletroeletrônicos, cosméticos, confecções e bebidas estão entre os atrativos. A chamada linha branca, com geladeira, ar-condicionado e outros eletrodomésticos, também chama bastante atenção dos visitantes. Lopes explica que o preço chega a ser 50% menor do que no comércio convencional.
– Há mais uma vantagem, inclusive em relação aos free shops que ficam em outros paises: no Brasil, a compra com cartão de crédito nacional ou internacional pode ser parcelada em até 12 vezes sem acréscimo, nem cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – ressalta Lopes.
Localização estratégica
A poucos quilômetros da Argentina – e outro tanto do Uruguai –, Uruguaiana é um importante elo do Mercosul. A cidade tem o maior porto seco da América Latina, por onde passam 600 caminhões de transporte internacional, todos os dias. A ponte que faz ligação com Paso de los Libres foi a primeira a unir os dois países, em 1947.
– No verão, nossa fronteira é o terceiro maior ponto de entrada de estrangeiros no país, atrás apenas dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e do Galeão, no Rio de Janeiro. Portanto, é a maior fronteira terrestre do Brasil – explica Lopes.
Hotelaria e gastronomia
Para receber os visitantes que estão de passagem ou chegam para desfrutar desses atrativos por alguns dias, Uruguaiana desenvolveu uma ampla rede hoteleira. Além dos hóspedes, a estrutura comporta eventos de nível nacional e internacional.
Quanto aos restaurantes, mais uma vez a influência da tríplice fronteira se faz presente. O churrasco não pode faltar, mas também tem espaço para a parrilla e para os cafés ao estilo portenho, por exemplo.
– Nossos estabelecimentos estão no nível que encontramos em grandes centros, como Porto Alegre e São Paulo. A cidade se preparou muito bem – garante Lopes.
Cultura
Há algumas décadas, os projetos culturais já colocavam Uruguaiana na condição de receber um expressivo número de visitantes e oferecer uma estrutura à altura de grandes eventos. O carnaval de rua é um desses casos: os desfiles, promovidos em dias diferentes do feriado nacional, mobilizam artistas e especialistas das principais escolas de samba do país. O evento é considerado o terceiro melhor do Brasil, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo.
Anualmente, a comunidade também é brindada com grandes exposições agropecuárias, festivais de corais, de dança e a tradicional Califórnia da Canção Nativa, que está perto de comemorar 50 edições. O palco do festival já recebeu ícones da música da América do Sul e revelou muitos talentos, além de canções históricas.
Turismo por terra e água
Com um terroir propício para a produção de vinhos de qualidade, a Campanha e a Fronteira Oeste entraram de vez nesse mercado. A atividade se soma às tradicionais agricultura e pecuária, que sempre foram uma marca da cidade.
Com isso, o turismo rural ganhou espaço nos últimos anos. Além das vinícolas, que já estão sendo premiadas mundo afora, as queijarias, igualmente reconhecidas, também abrem as portas para quem busca uma experiência mais bucólica. Já à beira do Uruguai, o pôr do sol é um atrativo por si só. Mas, como se não bastasse, os visitantes ainda podem desfrutar de passeios de barco.