Uma luta entre dois policiais e uma gangue de traficantes, no meio de um restaurante japonês de São Paulo, ao som de Sidney Magal. O conjunto de elementos mostra o tom de surpresa que Os Cabras da Peste, comédia nacional que estreia nesta quinta-feira (18) na Netflix, é capaz de causar no espectador ao assistir à produção estrelada por Edmilson Filho e Matheus Nachtergaele.
Os dois protagonistas repetem a parceria que tiveram em Cine Holliudy, série da Globo que mostrava os causos de Pitombas, fictícia cidade do Ceará. Desta vez, Filho vive o agitado Bruceuílis Nonato, um policial de Guaramobim, também no interior nordestino, cheio de energia e campeão de broncas da delegada Vitória Regina (Valéria Vitoriano). Apesar de resolver seus casos, Bruceuílis é conhecido por ter o sangue quente e se envolver em perseguições pela cidade, entrando em todos os lugares e causando caos até prender o mau elemento.
Um belo dia, como castigo, ele precisa cuidar de Celestina, a cabrita símbolo da pequena cidade do Ceará, que acaba sequestrada por um traficante de São Paulo de uma forma inesperada. Sem pensar duas vezes, o bom moço parte para a capital no sudeste e terá a ajuda do exemplar Trindade (Matheus Nachtergaele) – que é o mais odiado de sua unidade policial por ser certinho demais e ter pouco espírito investigativo.
Boas risadas
A dupla, então, acaba indo atrás do animal e vê seu destino se cruzando com o de um perigoso esquema de drogas. No andamento da investigação, o filme garante boas sequências, principalmente as que envolvem a forma escolhida pelos policiais para se movimentar pela cidade: a bordo do carro de uma motorista de aplicativos, já que os dois tiveram seus veículos militares banidos.
Como um todo, Os Cabras da Peste tem a mesma atmosfera de um filme de Sessão da Tarde. Filho e Nachtergaele conseguem, com suas atuações, repetir a química que apresentaram em Cine Holliudy – parecem amigos de longa data em cada cena que fazem.
Além de divertir com boas sacadas, Os Cabras da Peste não deixa de fazer uma crítica social leve com um dos antagonistas: o político Zeca Brito (Marcondes Falcão) usa o slogan "O Brasil acima de tudo e eu acima de todos". Afinal, nem só de boas risadas vive o cinema brasileiro.