O cineasta George C. Wolfe revelou um momento emocionante ocorrido durante as filmagens de A Voz Suprema do Blues, último filme com Chadwick Boseman antes do ator morrer em decorrência de um câncer no cólon, em agosto. Em entrevista ao jornal norte-americano Wall Street Journal, o diretor contou que Boseman caiu em prantos enquanto gravava um monólogo em que seu personagem fala sobre crença em Deus.
Na sequência em questão, Levee, interpretado por Boseman, briga com Cutler (Colman Domingo), um homem de fé. O embate termina com um monólogo de Boseman olhando para o céu, desafiando o Deus do oponente.
— Estávamos gravando de maneira bem casual e presumi que quando o personagem de Boseman, Levee, chegasse ao grande discurso, que Chadwick iria parar. Mas ele não parou. Ele continuou, o personagem tomou controle dele, foi intenso e explosivo. Quando ele parou de chorar, foi abraçado por Colman e então a esposa dele foi buscá-lo.
O diretor disse que não sabia que o ator enfrentava um câncer, mas que, em retrospecto, acredita que alguns comentários da estrela de Pantera Negra se referiam a sua condição de saúde.
— Ele falou comigo sobre ter um segredo e como é intenso revelar um segredo para outra pessoa, como isso faz você se sentir vulnerável — disse Wolfe, lembrando de uma ocasião em que Boseman se preparava para uma cena em que seu personagem revela uma cicatriz no peito, resultado de uma experiência traumática de infância.
Apontado como candidato potencial a várias indicações na próxima temporada de premiações de Hollywood, A Voz Suprema do Blues é baseado na peça do vencedor do Prêmio Pulitzer, August Wilson. O drama conta a história da “Mãe do Blues”, Ma Rainey, que é interpretada por Viola Davis.
Chadwick interpreta um trompetista "que está de olho na namorada de Ma e está determinado a reivindicar sua própria vida na indústria musical", de acordo com a sinopse oficial. O filme está previsto para estrear no dia 18 de dezembro, na Netflix.