A cineasta francesa Sarah Maldoror, um dos principais nomes do cinema negro pós-colonial, morreu nesta segunda-feira (13), aos 91 anos, em decorrência de covid-19. Segundo informações do jornal português Público, ela tinha problemas cardíacos e estava internada desde 29 de março em Paris.
Seus filmes Monangambé (1968) e Sambizanga (1972), baseados em obras do escritor e ativista José Luandino Vieira, tornaram-se importantes registros da luta independentista de Angola contra a metrópole portuguesa. No total, ela foi autora de mais de 40 filmes, entre curtas e longas.
— Depois da luta anticolonial, filmar uma senzala não é mais filmar a senzala em si, mas captar a música das cadeias, criar uma sinfonia de correntes para representar a dor. É algo mais sublime e poético — disse, em entrevista à Folha de S. Paulo em 2015.
Ficou conhecida como figura de proa do cinema africano, de onde era sua ascendência, tendo se filiado a importantes artistas do continente, como o diretor senegalês Sembène Ousmane e o poeta e político angolano Mário Pinto de Andrade, com quem foi casada.
Também atuou como assistente de direção em A Batalha de Argel (1966), do italiano Gillo Pontecorvo. Em 2012, recebeu a Ordem Nacional do Mérito francesa por seu trabalho.