Representante do Brasil no Oscar 2020 com Democracia em Vertigem, a cineasta Petra Costa aproveitou o tapete vermelho para protestar por diferentes causas. Ela e sua equipe, além da líder indígena Sônia Guajajara, levantaram cartazes com as hashtags #ActfortheAmazon ("lute pela Amazônia") e #actfordemocracy ("lute pela democracia"), abordando temas como a defesa da proteção de terras indígenas, contra o governo de Jair Bolsonaro – que o grupo classificou como neofascista – e questionando a morte da vereadora carioca Marielle Franco.
Democracia em Vertigem concorria na categoria de melhor documentário, mas a estatueta ficou com Indústria Americana.
Marcado pelo tom intimista da narração da cineasta com imagens de bastidores, o longa de Petra Costa mostra seu ponto de vista sobre a turbulência política brasileira dos últimos anos. O filme parte dos anos de governo petista e chega aos protestos de junho de 2013, passando pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2018, e a eleição de Jair Bolsonaro à presidência.
Neta de Gabriel Donato de Andrade, um dos fundadores da Andrade Gutierrez, a diretora também expõe passagens de sua trajetória e de seus pais, que foram militantes de esquerda durante a ditadura militar.