O protagonismo da mulher no setor audiovisual do Brasil – seja nos bastidores ou em frente às câmeras – norteia os debates da 13ª edição do Santa Maria Vídeo e Cinema, tradicional festival realizado na cidade da região central do Estado, que ocorre entre esta terça-feira (29) e domingo. Grande parte das exibições será realizada na Praça Saldanha Marinho.
Com o tema "Cinema para Todas", o evento abre sua programação às 19h, no Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com a sessão especial do longa-metragem Legalidade (2019), de Zeca Brito, que tem direção de arte assinada por Adriana Borba. Ambientado em 1961, o filme retrata o movimento popular liderado pelo então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, para garantir a posse do vice-presidente João Goulart.
— Legalidade identificou e tratou de um importante período histórico e dialoga diretamente com o festival: é preciso resistir. Resistir pela arte — explica o cineasta e coordenador artístico do evento santa-mariense, Luiz Alberto Cassol.
Zeca e Adriana, inclusive, serão destacados nesta edição como diretor convidado e homenageada nacional, respectivamente. A crítica de cinema Bianca Zasso, de Santa Maria, foi escolhida como a homenageada local. Bianca e Adriana personificam a proposta do festival de frisar a importância da mulher no cinema nacional.
— Estamos provocando o papel da mulher enquanto diretora, produtora, atriz e em diferentes funções. Cada vez temos mais e queremos mais delas. O cinema ainda é um meio muito dominado por homens — reitera Cassol.
Ao longo de seis dias, a mostra não competitiva contará com cinco longas e dois curtas, enquanto a competição nacional apresentará 23 curtas. As produções foram selecionadas após o evento receber mais de 150 inscrições, sendo um terço delas com produções dirigidas por mulheres.
Programação
Para completar a programação, ocorre ainda uma mostra competitiva com 11 curtas-metragens de Santa Maria e da região. Entre os destaques, está o documentário Depois Daquele Dia, de Luciane Treulieb, que mostra como Santa Maria foi afetada e reagiu à tragédia da boate Kiss. Para debater a produção de 51 minutos de duração, o público poderá conversar com a equipe do filme e com duas mães da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, quarta-feira (30), às 16h, na Praça Saldanha Marinho.
Além disso, o Santa Maria Vídeo e Cinema celebra os 10 anos de lançamento de Manhã Transfigurada, longa de Sérgio de Assis Brasil que tem em seu enredo uma pauta feminista.
13ª Santa Maria Vídeo e Cinema
- De terça-feira a domingo, em Santa Maria
- Programação completa: bit.ly/smariavideo