Em maio, os fãs da Terra-Média vão poder conhecer um pouco mais sobre a história do autor de O Senhor dos Anéis e de O Hobbit pelo olhar do cineasta finlandês Dome Karukoski. Os anos de formação do lendário escritor britânico serão revelados na cinebiografia Tolkien, que traz Nicholas Hoult como J.R.R. e Lily Collins como sua esposa, Edith Bratt.
Nascido em 1982, na África do Sul, mas de família inglesa, John Ronald Reuel logo voltou para as Midlands da Inglaterra, que inspiraram o cenário de seu mundo imaginário. Desde cedo intrigado por palavras, ainda criança Tolkien começou a inventar seus próprios idiomas e jamais abandonou o hábito.
O filme, que entra em cartaz no Brasil em 23 de maio, acompanha esses eventos e outros que moldaram a personalidade do professor de Oxford, desde suas amizades até a vivência como soldado na Primeira Guerra Mundial. Abaixo, veja como estas experiências podem ter influenciado a obra do autor.
As origens do mundo
— Desde a infância, eu sou fascinado por línguas. Eu criei a minha própria.
A primeira frase no trailer de Tolkien resume as origens de toda a mitologia do escritor. De um vagão de trem com termos galeses surgiu o encantamento dele com idiomas. O galês, inclusive, se tornou a base da língua sindarin, enquanto o finlandês serviu de inspiração para o quenya, ambas usadas pelos elfos. Todos seus escritos foram uma forma de dar vida a estas línguas élficas e humanas.
O nascimento da sociedade
Também as amizades que permeiam e muitas vezes são o centro dos contos de Tolkien são um reflexo de sua experiência. Se os Inklings, grupo de escritores criado por seu grande amigo e autor de As Crônicas de Nárnia, C. S. Lewis, é o mais conhecido, desde seus primeiros passos na idade adulta, J.R.R. já estimava os pequenos grupos de discussão e debate sobre os mundos — reais ou imaginados.
Na produção, será possível ver a formação da "Tea Club and Barrovian Society" (T.B.C.S.), a primeira de suas "fellowships", composta por ele e seus amigos na escola King Edward's. Sua amizade seria grande até 1917, quando partiram todos para a Primeira Guerra Mundial.
O horror da guerra
Diretamente das trincheiras, J.R.R. e seus amigos viram o desenrolar da Grande Guerra, como era conhecida, então. Eles participaram de uma de suas maiores batalhas, a Ofensiva de Somme, em 1916. A relação entre os hobbits Frodo e Sam teria sido inspirada nas experiências de Tolkien neste período, quando viu de perto o companheirismo entre os homens no front. Enquanto o escritor voltou enfermo para a Inglaterra, muitos de seus amigos jamais retornaram, mortos durante os conflitos.
A maior história de amor
Logo após sair da guerra, fantasia e realidade se sobrepuseram na vida do escritor e uma das histórias mais celebradas da Terra-Média teve origem: enquanto sua esposa Edith dançava na clareira de um bosque, também nascia a lenda de Beren e Lúthien, um mortal e uma princesa dos elfos que se apaixonam e juntos lutam contra o primeiro Senhor do Escuro. O romance entre Aragorn e Arwen, visto em o Senhor dos Anéis, é um reflexo deste conto. Anos mais tarde, em 1971, quando Edith morreu, Tolkien pediu que o apelido “Lúthien” fosse adicionado à sua lápide. Mais tarde, quando o autor se uniu a ela, o nome “Beren” também foi incluído no túmulo.