O cineasta gaúcho Otto Guerra foi homenageado neste sábado (19) no 45º Festival de Cinema de Gramado, no Palácio dos Festivais, com o troféu Eduardo Abelin – distinção entregue a cineastas e entidades do cinema nacional.
Há mais de quatro décadas produzindo cinema de animação no Brasil e com longa trajetória em Gramado, Otto esteve pela primeira vez no festival em 1984, com a produção O Natal do Burrinho, que lhe rendeu o prêmio de melhor filme na Mostra Gaúcha de Curtas.
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Desde então, o cineasta teve seus trabalhos premiados em outras seis edições do evento – sendo a mais recente em 2013, com o longa-metragem Até que a Sbórnia nos Separe, vencedor dos prêmios de melhor filme pelo júri popular e direção de arte.
Em seu discurso de agradecimento, ele destacou o papel do Festival de Cinema de Gramado em incentivar a animação.
– Esse festival fez com que eu acreditasse em fazer cinema. Minha mãe dizia: "Esse meu filho é louco, faz uns bonequinhos animados". Sim, desenho animado existe. É possível viver disso – destacou.
Otto também brincou:
– Eu bebi um conhaque agora e eu esqueci o que ia dizer.
No final do discurso, Otto pediu a libertação do ex-morador de rua Rafael Braga, detido com uma garrafa de desinfetante em um protesto, em 2013, no Rio de Janeiro. Depois de ter direito à prisão domiciliar em dezembro de 2015, Rafael afirmou que buscaria uma "vida nova". No entanto, ele foi detido novamente em janeiro de 2016 por tráfico de drogas e associação ao tráfico. Na época, Rafael disse que as acusações foram forjadas por policiais. Em abril deste ano, foi condenado a 11 anos e três meses de detenção.
– Tem que soltar ele (Braga), pelo amor de Deus – disse Otto.