As reflexões sobre os papéis de homens e mulheres que permeiam o longa Como Nossos Pais também foram abordadas na coletiva de imprensa, na tarde deste domingo (20) com parte da equipe e do elenco do filme exibido no último sábado (19), no Palácio dos Festivais, pela mostra competitiva brasileira do 45º Festival de Cinema de Gramado.
A trama gira em torno de Rosa (Maria Ribeiro), uma mulher que se encontra em uma fase de conflitos. Mãe de duas filhas pequenas, sente-se pressionada por um casamento em crise, por suas ambições profissionais e pelos atritos com sua própria mãe. A partir daí, passa a refletir sobre suas obrigações.
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Questionada sobre o papel do homem em meio às reivindicações femininas, a diretora Laís Bodanzky argumentou:
– Está muito bom ser mulher agora, está melhor do que 15 anos atrás. Está melhor que no ano passado. Há um movimento de tomada de consciência.
Paulo Vilhena, que foi indagado sobre uma suposta "vilanização" do homem hétero, arrematou:
– Diante das manifestações das mulheres ou dos homossexuais, é o momento dos homens héteros ficarem quietinhos.
A cineasta aproveitou para refletir também sobre as diferenças entre o sucesso das mulheres e dos homens. Laís exemplificou seu posicionamento ao destacar que atores famosos quando aparecem na rua são cercados por fãs empolgados, mas que a recepção às atrizes costuma ser mais discreta.
– É como se ela não merecesse estar lá. São coisas que a gente faz e nem se dá conta – salientou a diretora.
Maria Ribeiro comentou sobre o fato de sempre se tentar criar uma rivalidade entre as mulheres. A atriz lembrou de sua saída do programa Saia Justa, do GNT, após uma discussão com Barbara Gancia. Ela relatou que teve um desentendimento com a jornalista, mas que na semana seguinte já estavam bem, e lamentou a decisão da produção do programa:
– Me ligaram e alegaram que "no Saia Justa é assim: quando as mulheres brigam, daí não dá mais". Só confio em quem briga. Com quem não brigo, não conheço.
Maria também questionou se tal decisão teria sido tomada caso integrantes do Papo de Segunda (atração composta por homens) tivessem divergências entre si.
No final da coletiva, a atriz condenou o linchamento que o ator José Mayer sofreu após as acusações de assediar sexualmente a figurinista Su Tonani:
– Zé Mayer não é o Osama Bin Laden, só cometeu um erro.