Viamão está pronta para se tornar um importante polo da produção audiovisual do Brasil. Tem início oficialmente nesta quinta-feira os trabalhos do Tecna, Centro Tecnológico Audiovisual do Rio Grande do Sul, um dos mais modernos estúdios de cinema e televisão do país, no Tecnopuc Viamão (Salgado Filho, 7.000).
A iniciativa da PUCRS, em conjunto com a Fundacine e o Governo do Estado, transformou o auditório do antigo Seminário Maior, prédio da década de 1950 que hoje abriga o Tecnopuc, em uma “caixa preta” com isolamento acústico, grids modulares ajustáveis e sistema elétrico para receber tecnologia de ponta. O projeto deve estimular a produção de conteúdo e de publicidade em nível nacional e internacional, mas também será um ponto de apoio para pesquisa e ensino de práticas do audiovisual para diferentes universidades.
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– Já tivemos projetos pontuais de cinema e TV no RS, mas faltava uma infraestrutura como essa para atrair players de dentro e de fora do Brasil de maneira contínua – afirma a professora Aleteia Selonk, coordenadora do Tecna.
Com 300 metros quadrados, o novo estúdio custou R$ 6 milhões. Mas este é apenas o início de um plano mais ambicioso, que compreende ao todo uma captação de R$ 27 milhões. Até o final de 2017, novas estruturas devem ser inauguradas, como um laboratório de animação e efeitos visuais e uma sala de mixagem de som. Já em 2018, a meta é entregar mais um estúdio das proporções do que será aberto nesta quinta-feira, além de áreas para desenvolvimento de cenários e figurinos.
Para Aleteia, o Tecna é “um ecossistema” que pretende ativar os diferentes agentes da cadeia produtiva do audiovisual gaúcho. Diferentemente de estúdios que costumam oferecer seus próprios equipamentos e profissionais para os clientes, o projeto da PUCRS quer que o mercado local supra as demandas dos potenciais interessados.
– Toda vez que o Tecna atrair uma produção, o usuário terá toda a tecnologia do estúdio a seu favor, mas terá que procurar os empresários locais da luz, do som, das câmeras, prestadores de serviço e fornecedores. Ou seja, ativará o mercado regional. O Tecna só oferece serviços ou infraestruturas tecnológicas em brechas que o mercado local não consegue preencher – explica Aleteia.
O Tecna também pretende capacitar moradores de Viamão e proximidades para trabalhar na construção de figurinos e cenários. A preocupação é fazer com que a população local se sinta parte do projeto.
– O prédio em que está inserido o Tecna não é tombado como patrimônio histórico, mas tentamos ao máximo manter suas características, já que esta é uma construção emblemática para a cidade – diz Marcelo Fujii, engenheiro responsável pela obra.
TECNA EM NÚMEROS
O Tecna captou R$ 27 milhões para investir na infraestrutura para produções de cinema e TV. O projeto é uma iniciativa da PUCRS, em conjunto com a Fundacine e o governo do Estado. O primeiro estúdio custou R$ 6 milhões, oriundos de um convênio entre o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e o Governo do Estado. Nesta fase, a Feevale é coexecutora do projeto.
O novo estúdio tem área de 300 metros quadrados, paredes com isolamento acústico, piso com sistema antivibração, ar-condicionado e grids modulares. Há mais 130 metros quadrados de áreas de apoio, com camarins, banheiros e salas para transmissões ao vivo.
Até o final do ano, devem ser inaugurados um laboratório de animação e efeitos visuais, sala para renderização de imagens, servidor de arquivos, sala de mixagem de áudio e estúdios de motion capture (técnica usada para gravar com atores a ação de personagens virtuais).