Marcelo Perrone
Martin Scorsese não conseguiu fazer de Silêncio o grande e arrebatador filme que almejava apresentar desde os anos 1990 e que por tantas vezes postergou. Talvez por isso, e diante da morna recepção à produção, que passou batida na temporada de premiações, o diretor americano tenha dado declarações amargas sobre o futuro da arte pela qual é apaixonado e pratica como poucos. Scorsese disse temer pelo futuro das grandes histórias na tela do cinema, dado que a sala escura hoje só atrai as multidões do passado quando, em vez de grandes histórias, emula espetáculos que poderiam estar em um parque de diversões – consumidos por um público cada vez mais rarefeito no excesso de imagens em múltiplas plataformas.
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