Em seu perfil do Facebook, o diretor e produtor mineiro Guilherme Fiúza Zenha anunciou seu desligamento da comissão brasileira que irá escolher o filme representante do país no Oscar. Na publicação, Fiúza justificou apenas "questões pessoais" para a sua saída.
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Na última quarta-feira, o diretor Gabriel Mascaro anunciou a retirada de seu filme Boi neon da disputa brasileira pela indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2017. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o cineasta justificou não se sente confortável em participar de um processo seletivo de interesse público que teria demonstrado "imparcialidade questionável".
– Espero que encoraje outros filmes brasileiros em situação semelhante a pensar na legitimidade do processo – declarou Mascaro ao jornal.
O cineasta se refere à indicação de Marcus Petrucelli (da rádio CBN e do site e-Pipoca), pelo Ministério da Cultura (MinC), à comissão responsável por escolher filme que pode representar o Brasil na premiação americana. O crítico paulista se manifestou contrário aos protestos do elenco de Aquarius, no último Festival de Cannes, contra Michel Temer e o impeachment de Dilma Rousseff.
Desde maio, quando ocorreu o protesto na França, Petrucelli vem publicando críticas ao filme e especialmente ao seu diretor, Kleber Mendonça Filho.
Pela projeção internacional que vem obtendo não apenas em Cannes, mas em todo o circuito de festivais, o longa pernambucano apresenta-se como um dos favoritos a ser o escolhido – o que tem gerado debates em torno das posições de Petrucelli. Em texto publicado na página de Aquarius no Facebook, Mendonça Filho respondeu às posições do crítico, chamando alguns de seus comentários de "mentiras" e dizendo que seu comportamento é "constrangedor" para a Secretaria do Audiovisual (SAv), entidade ligada ao MinC que organiza a seleção do representante brasileiro no Oscar.
Também na última quarta, a diretora Anna Muylaert disse que não irá incluir seu filme Mãe só há uma na disputa pela vaga brasileira no Oscar.
– A gente não vai participar porque acha que o ano é do Aquarius, então não tem por quê. É o mais cotado, pelo seu histórico em Cannes. Creio que Kleber esteja sofrendo perseguições sutis. Colocam na comissão alguém que o odeia e diz isso em público, então é algo aparentemente tendencioso. E agora vem essa indicação de 18 anos. São pequenas retaliações – explicou Anna ao jornal O Estado de S. Paulo.