
Conhecido pelo foco humanista que imprime em seus filmes, o cineasta britânico Ken Loach venceu, com o longa I, Daniel Blake, a Palma de Ouro no Festival de Cannes. O veterano diretor conquistou sua segunda Palma de Ouro – a primeira foi com Ventos da Liberdade (2006) – apresentando a história de homem que, após sofrer um ataque cardíaco e ser impedido de trabalhar, luta contra a burocracia para ter direito aos benefícios legais a que tem direito. Loach tem um largo histórico de premiações no festival francês – desde 1979, acumula mais de 10 troféus em diferente categorias com, entre outros filmes, Agenda Secreta (1990), Terra e Liberdade (1995), À Procura de Eric (2009) e A Parte dos Anjos (2012).
O resultado da cerimônia realizada neste domingo apontou algumas surpresas, entre elas a ausência de prêmios para o filme alemão Toni Erdmann, de Maren Ade, que despontou na preferência dos críticos – tanto, que, como consolação, levou o Prêmio da Crítica. Outros títulos bem avaliados nas bolsas de apostas, como o brasileiro Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, Julieta, do espanhol Pedro Almodóvar, e Paterson, do americano Jim Jarmush, também foram ignorados pelo júri presidido pelo cineasta australiano George Miller.
Claudia Laitano: "Aquarius" celebra o valor existencial da memória
Curta "A Moça que Dançou com o Diabo" ganha menção honrosa em Cannes
Leia mais críticas e notícia de cinema
O romeno Cristian Mungiu e o francês Olivier Assayas dividiram o prêmio de melhor diretor, com, respectivamente, Graduation e Personal Shopper. Shahab Hosseini ficou com o troféu de melhor ator por The Salesman, de Asghar Farhadi, diretor iraniano conhecido por filmes como A Separação. Por seu trabalho em Ma'Rosa, do filipino Brillante Mendoza, Jaclyn Jose foi eleita a melhor atriz.
O Brasil estava na disputa da Palma de Ouro também com o curta-metragem A Moça que Dançou com o Diabo, que ficou com o Prêmio Especial do Júri em sua categoria, vencida por Timecode, do espanhol Juanjo Gimenez. No sábado, o documentário brasileiro Cinema Novo, de Eryk Rocha, venceu Olho de Ouro, prêmio criado em 2015 para documentários participantes de todas as seções da programação oficial de Cannes.
Veja galeria de fotos do Festival de Cannes