O diretor português Miguel Gomes firmou-se como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo imprimindo uma peculiar marca autoral. Seus filmes – como A Cara que Mereces (2004), Aquele Querido Mês de Agosto (2008) e Tabu (2012) – costumam combinar em um, digamos, realismo mágico social a liberdade da fábula, a precisão do olhar documental e o tom epistolar que faz belos textos soarem como música. Essa impressão digital traz ainda o tributo de Gomes ao próprio cinema, exercitado em citações e na exposição, por vezes, dos impasses que surgem no processo de realização de seus trabalhos.
Neste sábado (14/5) e domingo (15/5), a Sala P.F Gastal da Usina do Gasômetro (Av. Pres. João Goularte, 551, 3º andar) apresenta o mais recente monumento erguido por Gomes: As Mil e Uma Noites (2015), projeto com mais de seis horas de duração apresentado no Festival de Cannes do ano passado e separado em três partes para sua exibição no circuito: O Inquieto (15h), já vista em Porto Alegre, e as inéditas O Desolado (17h15) e O Encantado (19h30).
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Nesse projeto, Gomes se vale da estrutura episódica dos ancestrais contos árabes – e de seus icônicos personagens, como a rainha narradora Xerazade – para falar da atual situação de seus país: dos efeitos devastadores da recente crise econômica à preservação de ritos e costumes arraigados na cultura portuguesa. Oportunidade rara e imperdível.
Confira o trailer da parte 2, O Desolado: