O centenário de nascimento do cineasta estrelense Alberto Ruschel será marcado por uma exposição no Centro de Cultura e Turismo Bertholdo Gausmann, em Estrela. A abertura do evento foi ontem, dia 20.
Promovido pelo Memorial da Aepan – ONG e Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secultur), contará com mostra de fotos, projeção de filmes (O Cangaceiro, Paixão de Gaúcho, Ângela e Pontal da Solidão) e apresentação de músicas gravadas pelo conjunto Quitandinha Serenaders (Felicidade, Sabiá, entre outras), além das trilhas de seus filmes. A exposição permanecerá no Centro de Cultura e Turismo até 1º de março, podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 16h. De 5 a 16 de março, estará na Câmara de Vereadores.
Nascido há exatos cem anos, em 21 de fevereiro de 1918, Alberto Ruschel cresceu numa chácara em Arroio do Ouro. Depois de completar os primeiros anos na escola, o cineasta migrou para Porto Alegre. Em 1940, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou a carreira artística. Primeiramente, foi cantor no conjunto Quitandinha Serenaders. Após, conheceu Grande Otelo e, através dele, chegou ao cinema pela companhia Atlântida, atuando em comédias carnavalescas. Na sequência, ingressou na Vera Cruz, de São Paulo, onde tornou-se famoso, inclusive internacionalmente, ao protagonizar o filme O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto. A obra foi selecionada para o Festival de Cannes de 1953, onde ganhou dois prêmios: Melhor Filme de Aventura e Menção Especial para Música. Atuando em vários filmes durante a década de 1950, seu sucesso o levou ao Exterior, sendo ator principal em produções na Espanha e na Argentina.
Em 1973, realizou a primeira experiência como diretor-roteirista, em Pontal da Solidão, filmado em Torres. Ao longo da carreira, recebeu diversas homenagens e recompensas, como a Medalha dos Andradas, do Instituto Histórico e Geográfico de Santos (1990), pelos "serviços prestados à arte e à cultura do país", e o Troféu Saci, do jornal O Estado de S. Paulo, como melhor ator nos filmes Ângela (1951), Apassionata (1952) e Cara de Fogo (1958). Por toda a dedicação ao cinema nacional, Alberto Ruschel foi homenageado no 21º Festival de Cinema de Gramado, em 1993, com o troféu Oscarito.
Em 18 de janeiro de 1996, aos 77 anos, morreu devido a uma hemorragia no duodeno quando se recuperava de uma cirurgia cardíaca. Ele vivia no Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro.
Colaborou Airton Engster dos Santos – Aepan-ONG