Pela quarta semana consecutiva, o gabinete de crise do governo do Estado decidiu manter todas as 21 regiões covid do Rio Grande do Sul sob alerta de risco, no âmbito do Sistema 3As de gestão da pandemia. A decisão foi tomada na manhã desta quarta-feira (16) e leva em conta, entre outros elementos, o fato de que a média diária de novos casos segue em patamar elevado, mesmo que venha apresentando um princípio de queda nos últimos dias.
Além disso, o gabinete de crise considerou o fato de que, nos próximos dias, duas alterações de rotina podem provocar alta das contaminações. De um lado, a maior parte da rede escolar retoma atividades a partir de segunda-feira (21). O aumento da mobilidade, conforme especialistas vêm apontando a GZH ao longo da pandemia, tende a aumentar a circulação do vírus.
De outro lado, o feriadão de Carnaval, que começa no dia 26 de fevereiro, também tem potencial de aumentar exponencialmente o contágio. Nesse cálculo está o fato de que, mesmo que não seja oficialmente um feriado, o Carnaval costuma movimentar grandes contingentes da população e registrar festas privadas em ambientes fechados.
Na manutenção de alertas, o governo também considerou o fato de que a redução de casos percebida nos últimos dias não se confirma, ainda, em todas as regiões covid.
"A justificativa pela manutenção dos Alertas é a conjuntura estadual. Algumas regiões seguem apresentando crescimento de casos, ocupação em leitos clínicos e de UTIs e também de óbitos. Mesmo que outras regiões apresentem estabilização ou queda nesses números, os patamares ainda são muito altos e podem, facilmente, voltar a crescer. É preciso ainda considerar a expectativa de aumento de circulação de pessoas, nas próximas semanas, provocado tanto pelo gradual retorno às atividades após as férias, como pelo retorno das aulas e pelo Carnaval. Desta forma, ainda há necessidade de medidas que promovam o avanço da vacinação e a redução do contágio", diz texto publicado no site do governo do Estado.
Os protocolos atuais do governo do Estado não determinaram restrições a atividades sociais ou econômicas para regiões em alerta (nível máximo de risco para covid no sistema 3As). As zonas em alerta devem preparar um plano de ação, que é ou não aprovado pela administração estadual.
Há casos de prefeituras que, diante do avanço da Ômicron nas últimas semanas, decidiram suspender temporariamente eventos públicos e adotar restrições pontuais.
Nesta quarta-feira (16), o Estado registrou mais 14.472 novos casos de covid, em 24 horas. Com isso, cai para 12.318,3 a média móvel diária de casos. Esse número vem caindo desde a primeira semana de fevereiro, mas segue acima dos piores momentos de 2020 e de 2021. No momento mais grave de 2021, o Estado registrou média diária de 7.726,9 de casos.
O número de pacientes com covid-19 internados em leitos clínicos com covid-19, que havia subido ao longo de janeiro, também vem caindo nas últimas duas semanas. Nos últimos sete dias, a redução é de 15,3%. Na semana anterior, a baixa havia sido de 10,3%.
No que diz respeito a UTIs, o número de pacientes com covid-19 internados nesses leitos dá sinais de desaceleração. Depois de crescer 4,6% na semana passada, apresenta redução de 0,9% nos últimos sete dias.