Com mais uma alta nesta terça-feira (1º), as internações clínicas por covid-19 já acumulam 49,9% de aumento no Rio Grande do Sul desde que esse indicador voltou a piorar. Em um intervalo de 24 dias, o Estado passou de 1.915 para 2.871 pacientes internados nesses leitos com a doença.
O total de pessoas com a doença internadas em leitos de baixa e média complexidade vinha caindo desde a metade de março. No último dia 8 de maio, contudo, a curva mudou de direção, refletindo o aumento nas contaminações por covid-19.
Em geral, alguns dias depois de crescerem as baixas em leitos clínicos, também sobem as internações em UTIs. A curva de pacientes com covid-19 em UTIs já mudou de direção há 15 dias, com alta de 16,7% no período. O Estado passou de 1.564 pessoas com covid-19 em UTIs para 1.826.
Ainda que discreto, esse aumento de demanda por leitos de UTI já pressiona o sistema hospitalar gaúcho — que já registrava um patamar elevado de ocupação de leitos antes da recente alta. No fim da tarde desta terça-feira, a ocupação geral de leitos de UTI estava em 87,1%. É o maior percentual desde a última semana de abril.
Cinco das sete macrorregiões têm ocupação de UTIs acima de 90%
Das sete macrorregiões de saúde do Estado, cinco registraram, nesta terça-feira, ocupação geral de UTIs acima do nível crítico de 90%. Nas grandes áreas Norte e Vales, a taxa passou dos 103%. Nas macrorregiões Centro-Oeste, Serra e Missioneira, o indicador de UTIs esteve acima de 90%.
No sul do Estado, a ocupação foi de 88%. Em melhor situação, a macrorregião Metropolitana bateu os 79% de ocupação geral de UTIs.
A alta nas UTIs também fez com que o Estado atingisse, na semana passada, uma marca que deixaria todo o território gaúcho em bandeira preta, caso ainda estivesse em vigor a chamada “trava de segurança” do antigo modelo do distanciamento controlado. O indicador que era utilizado segue sendo calculado e bateu nesta terça a marca de 0,26 — abaixo do já desativado nível crítico de 0,35.
O indicador que era usado como gatilho para a bandeira preta generalizada é a relação entre leitos livres de UTI e leitos ocupados de UTI por pacientes com covid-19. Quanto mais baixo o número, maior o risco de colapso.