A ocupação geral das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) públicas e privadas do Rio Grande do Sul caiu de 95,8% na quinta-feira para 94% nesta sexta-feira (9), mostram dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). No entanto, 11 de 21 regiões têm hospitais com mais de 100% de ocupação em alas intensivas.
Dos 3,4 mil leitos de UTIs públicos e privados no Estado, 3,2 mil estão em uso, sendo que quase 74% são pacientes confirmados ou suspeitos para coronavírus.
A ocupação geral de 94,1% representa a média de uso das UTIs de todo o Estado e, quando está abaixo dos 100%, significa que, em todo o Rio Grande do Sul, há menos pacientes em leitos intensivos do que o total de vagas disponíveis em território gaúcho.
No entanto, analisando dados localizados, percebe-se que o colapso se mantém em mais da metade do Estado, nas seguintes regiões covid: Rio Grande, Uruguaiana, Cachoeira do Sul, Porto Alegre, Canoas, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Santo Ângelo, Caxias do Sul, Passo Fundo e Palmeira das Missões.
Em Porto Alegre, por exemplo, a ocupação era de 101% no início da tarde desta sexta-feira (9) — a situação mais difícil era no Hospital Moinhos de Vento, com 136% de lotação. No pior cenário, Cachoeira do Sul tinha uma ocupação de 450% nos leitos de UTI privados e 128% nos leitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Bandeira preta segura explosão de internações
Após semanas de bandeira preta com limitações nas atividades de comércio, bares e restaurantes, o número de casos e de internações começou a cair no Rio Grande do Sul, ainda que longe do ritmo de aumento em fevereiro.
Se hoje as UTIs estão com 2.384 pacientes confirmados ou suspeitos para coronavírus e 94% de ocupação, na sexta-feira passada eram 2.605 e 98% de lotação, mostram dados do Comitê Científico do Palácio Piratini.
A maior queda é nos leitos clínicos: nesta sexta-feira, 3.476 estavam em uso por pacientes confirmados ou suspeitos para coronavírus, contra 3.952 no mesmo dia da semana passada.
Somando a ocupação de suspeitos e confirmados para coronavírus em leitos clínicos e de UTI, a redução já é de mais de 3 mil pacientes frente ao pico de 15 de março, puxada pela queda em leitos clínicos.
Para dar conta do aumento da demanda por internações, o governo do Estado operou, junto a hospitais, a expansão de mais de 160% nos leitos de UTI do SUS, passando de 933 antes da pandemia para 2.458 atualmente. Levando em conta as vagas em hospitais particulares, o Rio Grande do Sul conta com 3,4 mil leitos intensivos.