Na tarde desta segunda-feira (15), 820 pessoas com diagnóstico positivo para o coronavírus estão recebendo tratamento em Unidades de Terapia Intensiva da Capital, 77 a mais do que há uma semana, na segunda-feira (8). O número, porém, é menor do que o registrado no domingo (14), quando havia 831 internados.
O cenário da fila de espera por leito de alta complexidade em Porto Alegre continua em ritmo de agravamento. Há 315 pacientes aguardando uma vaga, sendo que 267 destes doentes estão sendo tratados em emergências e outros 48 em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
De acordo com o painel de monitoramento mantido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), consultado por volta das 15h30min, a taxa hoje é de 117,6%, o patamar mais alto alcançado desde o início da pandemia. No momento da consulta, o hospital Ernesto Dornelles e o hospital Porto Alegre ainda não haviam atualizado seus dados.
Apenas quatro das 18 instituições de saúde monitoradas pelo órgão municipal estão operando abaixo da linha dos 100% de ocupação, sendo que hospitais com níveis de lotação superiores a esse percentual prestam atendimentos em espaços improvisados. Os percentuais de superlotação são mais preocupantes nos hospitais Fêmina (166%), Moinhos de Vento (160%) e Ernesto Dornelles (152%). A atual oferta de leitos operacionais de UTI na cidade é de 998, mas 1169 pacientes com quadro de saúde considerado grave estão recebendo cuidados.
— Quando a situação da pandemia piorou bastante, nas ultimas três semanas, o hospital transformou a emergência em uma verdadeira UTI. Nossos cinco médicos têm se revezado para manter os praticamente 24 leitos de cuidados intensivos situados na emergência. As pessoas parecem não ter a dimensão real do que está acontecendo. Eu tenho 35 anos e estou vendo muitos pacientes com essa idade em situação grave, sendo entubados. A realidade é muito triste — afirma o médico da emergência do Hospital Ernesto Dornelles, Alexandre Dalpiaz Becker.