- O Brasil registrou 3.251 mortes por coronavírus nas últimas 24 horas
- O número está em balanço diário divulgado pelo Ministério da Saúde
- A pasta contabiliza todas as mortes que chegaram ao seu conhecimento no período, mas elas não necessariamente ocorreram no mesmo dia
O Brasil ultrapassou, pela primeira vez desde o início da pandemia, a marca de 3 mil mortes registradas em 24 horas. De acordo com boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta terça-feira (23), 3.251 óbitos foram contabilizados em um dia e, com isso, Brasil totaliza 298.676 mortes por coronavírus.
Foram registrados ainda 82.493 novos casos em 24 horas. Com isso, 12.130.019 pessoas já foram infectadas pelo vírus no Brasil.
No pior dia da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e TV e foi alvo de protestos em diversas cidades. O chefe do Executivo adotou tom moderado, disse que o governo foi incansável na luta contra o vírus, defendeu a vacina, mas não citou a trágica marca.
— Quero tranquilizar os brasileiros e afirmar que as vacinas estão garantidas. Ao final do ano, teremos alcançado mais de 500 milhões de doses para vacinar toda a população — afirmou.
Durante os quatro minutos em que Bolsonaro falou, panelaços contra o presidente foram registrados em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Goiânia e Belo Horizonte. Os protestos ocorreram sob os gritos de "Fora Bolsonaro" e "Bolsonaro Genocida".
Em Brasília, o panelaço foi registrado em bairros de classe média como as asas Sul e Norte, o Sudoeste e Águas Claras. Na Asa Norte, a manifestação foi acompanhada de gritos de "Fora Bolsonaro" e "Bolsonaro genocida" - o barulho foi mais intenso que em protestos anteriores.
Ao contrário de panelaços anteriores, a manifestação desta terça-feira em Brasília não foi acompanhada de gritos a favor do presidente. O bater de panelas também prosseguiu por alguns minutos depois do fim da fala do presidente.
O pronunciamento foi gravado nesta terça-feira, horas depois da posse do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que substituiu Eduardo Pazuello. O intuito foi melhorar a imagem do presidente, que sofre com o desgaste provocado pela condução da crise do novo coronavírus. Na última quarta-feira (17) pesquisa Datafolha revelou que o presidente bateu recorde de rejeição, com 54% dos entrevistados considerando sua gestão na pandemia como ruim ou péssima. A pesquisa ainda identificou queda na aprovação a Bolsonaro, com 22% considerando a gestão ótima ou boa - frente a 26% da pesquisa de janeiro.
Nesta quarta-feira (24), Bolsonaro vai se reunir no Palácio da Alvorada com governadores e a cúpula do Legislativo e do Judiciário, além do procurador-geral da República, Augusto Aras. A ideia é anunciar medidas para contenção da pandemia, que já dura um ano e chegou ao pior momento no país.