A área específica para atender casos suspeitos de coronavírus no Hospital da Restinga, no extremo sul de Porto Alegre, reabriu na manhã desta terça-feira (1º), com procura considerada acima do normal pela direção da instituição.
De acordo com os registros da chefia de enfermagem, 50 pessoas procuraram a tenda entre 8h e 11h30min — 36 atendidas e 14 na sala de espera. O número representa 63% da média diária de pacientes em junho, quando o espaço bateu recordes desde sua abertura. A área foi inaugurada em março. Se seguir a curva, os casos de dezembro devem ultrapassar o auge da pandemia, segundo o diretor-geral do hospital, Paulo Scolari:
— Não esperávamos tanta gente. É crítico.
Todos os bancos disponíveis foram ocupados às 11h, e assentos acabaram levados para a rua. A autônoma Caroline Prestes, 28 anos, estava com a filha no colo. A trabalhadora sentia dor de cabeça e estava com tosse e coriza. Após quase duas horas, recolheu material para a realização do teste para covid-19.
Já a doméstica Vera Lúcia Oliveira Freitas, 63 anos, ainda aguardava pela consulta. Ela saiu da Lomba do Pinheiro de ônibus para ser atendida no hospital da Restinga. Nas mãos, estava com o boletim de encaminhamento do posto de saúde. As anotações apontavam dor no corpo e nos ossos. Vera afirma ter perdido um familiar para o coronavírus, recentemente.
— O meu pode até ser uma gripe forte, mas tem que fazer os exames pra ver — diz.
O horário de atendimento no espaço especializado vai até as 17h, mas poderá ser ampliado, segundo o diretor, “caso seja constatada necessidade de reforço”. O número de profissionais, atualmente dois enfermeiros, um médico e uma secretária na recepção, também poderá ser revisto.
A tenda entrou em operação em 24 de março e foi desativada em 31 de outubro, quando o município registrava queda na quantidade de novos casos.
Todos os pacientes que chegam à emergência são orientados a se dirigir ao espaço reaberto. Eles têm a temperatura aferida, passam por consulta médica e, nos casos que os médicos julguem necessário, há coleta de material para o teste. Com gestão do Hospital Vila Nova, o atendimento é 100% pelo SUS.