Mais uma etapa da pesquisa Epicovid-RS, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), começa neste sábado (25). Com o objetivo de apontar a prevalência do coronavírus no Rio Grande do Sul, o estudo vai entrevistar e testar, até domingo (26), 4,5 mil pessoas de nove municípios gaúchos. Em alguns locais, no entanto, as equipes de coleta enfrentam dificuldades.
Conforme a professora e coordenadora do curso de biomedicina da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Helena Schirmer, que participa do levantamento na Capital, muitas pessoas têm barrado a entrada dos entrevistadores em condomínios alegando que o “o estudo foi cancelado”:
— Em prédios e residências também, algumas pessoas não têm permitido ou têm dificultado o acesso porque não entendem a diferença das etapas: tem a nacional e a estadual — conta.
Ela explica que apenas a fase nacional teve o financiamento suspenso pelo Ministério da Saúde, sendo que o braço estadual segue neste fim de semana. No bairro Bom Fim, de 18 residências visitadas nesta manhã, em oito a equipe enfrentou rejeição. Também há relatos de problemas no Menino Deus, Cidade Baixa, Rubem Berta e Mario Quintana.
Em caso de dúvidas, a pesquisadora sugere que a população ligue para a Brigada Militar ou acione a Guarda Municipal, órgãos que têm a lista completa das equipes que estão nas ruas.
Fase 6
Em Porto Alegre, onde serão aplicados 500 testes, os pesquisadores devem visitar cerca de 50 pontos, iniciando pelo bairro Bom Fim. Além da Capital, serão examinados moradores de Canoas, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Ijuí, Uruguaiana e Pelotas. Conforme a supervisora do levantamento em Porto Alegre, Gisele Rodrigues, os resultados dessa etapa devem ser divulgados a partir de quarta-feira (29).
Na fase 1, realizada de 11 e 13 de abril, foram testados 4.189 indivíduos. Dois testes deram positivo, o que gerou uma estimativa de 5.650 pessoas contaminadas pelo coronavírus no Estado. Na última etapa, feita no fim de junho, dos 4,5 mil testes feitos, 21 deram resultados positivos. Com isso, a estimativa é que mais de 53 mil pessoas tiveram contato com o vírus no Rio Grande do Sul.
A pesquisa é uma iniciativa do governo do Estado e conta com o apoio financeiro do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro, da Unimed Porto Alegre e do Instituto Cultural Floresta, também da Capital. Mais duas etapas do estudo estão previstas para acontecer em agosto e setembro. O objetivo do levantamento é estimar a prevalência do coronavírus na população gaúcha.