O arsenal necessário para que profissionais de saúde tenham sucesso na guerra contra a covid-19 inclui desde simples máscaras cirúrgicas, que servem de barreira contra o vírus e podem ser compradas por poucos centavos a unidade, até equipamentos como tomógrafos, que permitem enxergar as lesões pulmonares causadas pelo coronavírus e podem custar mais de R$ 500 mil.
Neste combate, felizmente, a maior parte dos armamentos estão disponíveis em versões nacionais — até mesmo os ventiladores mecânicos (ou respiradores), cruciais para manter funcionando os pulmões de quem está em estado grave, incapaz de promover a oxigenação do organismo e, com isso, a integridade e a função dos diversos órgãos e sistemas.
Na UTI, é fundamental que o paciente seja bem monitorado para saber se seu coração está batendo corretamente e se a temperatura corporal está na faixa adequada. Se for preciso fazer intervenções, dispositivos como cateteres podem ser empregados a fim de auxiliar em tarefas que vão da drenagem de urina da bexiga até a administração de antibióticos diretamente em veias calibrosas, próximas do coração.
Para fazer o reconhecimento do inimigo, são usados testes diagnósticos. Aquele conhecido como RT-PCR, que identifica a presença do material genético do vírus em amostras biológicas, depende em parte de reagentes comprados de grandes empresas estrangeiras e que custam perto de R$ 50 por exame. Há esforço de pesquisadores brasileiros, contudo, para que essa dependência seja reduzida.
Também há os produtos de limpeza e higiene, como desinfetantes, sabonete e álcool 70°. Esses itens custam pouco e são a maneira mais rápida e eficiente de eliminar os vírus antes de eles invadirem o organismo humano, infectarem as células e começarem a se replicar e a se disseminar pelo ar, contaminando superfícies e infectando novos indivíduos.
Depois que a infecção acontece, o que resta é fazer o máximo para ajudar o próprio organismo a se livrar do patógeno, já que ainda não há tratamentos definitivos para eliminar o Sars-CoV-2.
Muita esperança tem sido depositada em fármacos já lançados, como a antimalárica cloroquina e antibióticos, além de uma gama de antivirais e de medicamentos anti-inflamatórias.
Embora esses fármacos custem apenas uma pequena fração do que se paga por uma internação hospitalar em UTI, especula-se que possam evitar a progressão da doença e encurtar o tempo de internação dos doentes. A ciência deve dizer se esse é mesmo o caso.