O Ministério da Saúde informou que distribuiu, até esta quinta-feira (9), 920,2 mil testes para os Estados diagnosticarem a covid-19 na população. Foram enviados 451,4 mil testes RT-PCR e outros 468,8 mil testes rápidos - esses últimos doados pela Vale. Os testes moleculares, RT-PCR, foram distribuídos para os laboratórios centrais de responsabilidade do governo local. Os rápidos são usados principalmente para a testagem de profissionais de saúde e de segurança.
No Rio Grande do Sul, foram entregues 16,5 mil de RT-PCT ao Lacen-RS e outros 28,9 mil testes rápidos distribuídos para forças de segurança e estabelecimentos de saúde. A contabilidade do Ministério da Saúde não envolve testes adquiridos por laboratórios e hospitais privados.
Uma segunda remessa, com um milhão de testes rápidos doados pela Vale, chegou ao Brasil nesta quinta-feira e, a partir de segunda-feira, serão distribuídos 570 mil testes aos Estados. Outros 180 mil irão para uso em pesquisas e 247 mil para compor o estoque estratégico do Ministério da Saúde.
Ontem, o Ministério da Saúde classificou como "satisfatória" a capacidade de o Brasil oferecer testes para identificar contaminações pelo novo coronavírus, se comparada com os demais países do mundo. O secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, minimizou o desempenho da Coreia do Sul, considerada referência na aplicação de testes na população.
- Estamos sendo questionados com relação ao número de testes. Qual o melhor país? Coreia do Sul? Não chegou a fazer 500 mil testes. Testou 450 mil pessoas. Alguém pode dizer que a população é de 50 e poucos milhões (51,47 milhões). É um quarto da nossa. Vamos fazer muito mais. Antes de criticar o que estamos fazendo, é legal comparar com os demais. A questão do teste é extremamente complexa. O que o Ministério da Saúde tem conseguido é motivo de satisfação - afirmou.
A diferença entre os testes RT-PCR e os rápidos:
O teste de biologia molecular, o RT-PCR, identifica o vírus que provoca a covid-19 logo no início dos sintomas, ou seja, no período em que ainda está agindo no organismo. Ele é usado para diagnosticar casos graves. Além disso, é utilizado na Rede Sentinela, que acompanha por amostragem a evolução da doença no Brasil, como os sintomas dos casos associados ao vírus tanto em quadros graves, quanto em casos leves.
Já os testes rápidos, que ficam prontos em minutos, não são tão assertivos quanto os RT-PCR e podem não diagnosticar o coronavírus no início da infecção. Porém, são eficazes para identificar a doença no auge. No Brasil, o Ministério da Saúde deixou esses testes para atender aos profissionais que atuam nos serviços de saúde de todo o país, além de agentes de segurança, como policiais, bombeiros e guardas-civis com sintomas de síndrome gripal. Eles realizam o teste e, uma vez que não apresentem mais sintomas da doença, podem retornar ao trabalho em menos tempo, com segurança, sem que precisem aguardar os 14 dias de isolamento preconizado.