O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan, acredita que as medidas restritivas, que reduziram a circulação de pessoas na cidade, são as responsáveis pela estabilidade na quantidade de pacientes internados com a covid-19. Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta segunda-feira (20), ele disse que os números estão controlados há duas semanas.
No início da pandemia, a projeção é de que a ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) fosse dobrar a cada cinco dias. No entanto, o número tem oscilado em cerca de 40 pacientes, sem aumento significativo.
Essas ações que iniciaram pouco antes do primeiro óbito e um pouco antes de outras cidades brasileiras, nos levam a crer que foram medidas corretas e tomadas no momento correto, o que é importante na questão de virose — disse Marchezan.
O prefeito ainda destacou que a Capital possui 660 leitos de UTI. A ocupação atual é de 66%, ou seja, 372 pacientes com as mais variadas doenças. De acordo com cálculos da prefeitura, Porto Alegre terá que dispor de 380 leitos de tratamento intensivo exclusivos para a covid-19. Serão vagas novas — como as criadas nos hospitais de Clínicas e Vila Nova — e já existentes, que serão realocadas.
O cálculo utilizado pela prefeitura é de 2,4 leitos de UTI destinados ao coronavírus para cada 10 mil habitantes. Em Porto Alegre, não foi necessário montar nenhum hospital de campanha e todos os pacientes estão sendo atendidos por hospitais ou postos de saúde, mesmo que a área de triagem fique fora dos prédios.
— Infelizmente, pessoas morrem todo os dias por diversos fatores. O que não é aceitável, ou o que nós não desejamos, é que pessoas morram sem ter atendimento de saúde adequado. Nesse caso, são leitos de UTI equipados com ventiladores e monitores — ressaltou.
Capital deve ter abertura em breve
Marchezan também falou sobre o relaxamento das medidas restritivas adotada na Capital, que mantém diversos estabelecimentos fechados. Ele disse que qualquer alteração será tomada a partir de dados técnicos. No entanto, salientou que, se Porto Alegre manter os números atuais, há a possibilidade de flexibilização.
Embora ainda não haja um cronograma, o prefeito acredita que a indústria e a construção civil serão os primeiros setores a chegarem próximos à normalidade.
— Hoje os nosso números dizem que nós deveremos ter, sim, uma abertura em breve, gradual — disse.
Mas, o prefeito destacou que o mês de abril ainda será importante no controle da doença. Segundo ele, houve aumento de circulação, em especial, devido à Páscoa, que movimentou o comércio e levou muitas pessoas a viajarem. Por isso, há a chance de que haja aumento no número de casos nos próximos dias, já que os sintomas da covid-19 não se manifestam no momento do contágio.
Marchezan disse ainda que a prefeitura quer ampliar o número de testes de coronavírus na cidade e está focada em obter equipamentos, como ventiladores.