
Pesquisa realizada por uma plataforma de frete de cargas traçou um panorama nada animador do transporte rodoviário no Brasil, pós-início da pandemia de coronavírus. Entre alguns dos principais entraves enfrentados pelos caminhoneiros estão o fechamento de postos de combustíveis (por ausência de funcionários) e a falta de locais para se alimentar e tomar banho nas estradas.
O levantamento foi feito pela FreteBras, uma das maiores plataformas online de transporte de cargas da América do Sul. Foram feitas entrevistas com caminhoneiros de todo o Brasil, para radiografar a real situação dos postos de combustíveis e dos serviços oferecidos nas rodovias neste período de quarentena. A pesquisa questionou os transportadores de carga a respeito do preço do diesel, e 23% indicaram que está “mais caro do que o normal”. Sobre a alimentação, 32% responderam que “não está disponível”. Sobre o funcionamento da ducha nos postos, a resposta de 18% foi que “não está disponível". Outro ponto crítico foram os serviços de borracharia e mecânica – 31% responderam que “não está funcionando” e outros 11% confirmaram que está “mais caro do que o normal”.
– Se os caminhoneiros não encontrarem infraestrutura adequada nas rodovias, corremos o risco de interromperem suas viagens, o que irá agravar ainda mais a crise que estamos enfrentando com um desabastecimento geral de itens de primeira necessidade – avisa Bruno Hacad, Diretor de Operações da FreteBras.
Já o Departamento de Custos Operacionais da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (Decope) fez levantamento que apura queda de 26,1% na movimentação de cargas pelas estradas brasileiras a partir do advento da pandemia.
Afrânio Kieling, presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado do Rio Grande do Sul (Fetransul), diz que as pesquisas refletem o que a entidade capta de seus filiados. Ele enfatiza que, apesar da reclamação generalizada, ainda é uma minoria que fala em paralisar transportes como protesto pela quarentena.
A FreteBras tem procurado mapear locais em que os serviços de abastecimento e refeições está normal. São 500 postos e restaurantes em 24 Estados. O levantamento está no site pagina.fretebras.com.br/rededeapoio-caminhoneiro
A pesquisa:
- Como está o diesel no posto?
- 57,6% está OK
- 23,3% mais caro que o normal
- 16,9% mais barato que normal
- 2,2% não está funcionando
- Como está a alimentação / comida no posto?
- 46,9% está OK
- 32,3% não está disponível
- 18,4% mais caro do que o normal
- 2,4% mais barato do que o normal
- Como está a ducha / banho no posto?
- 61,5% limpa
- 20,1% suja
- 18,4% não está disponível
- Como está a parte de borracharia / mecânica no posto?
- 56,4% está ok
- 31,1% não está funcionando
- 11,1% mais caro do que o normal
- 1,4% mais barato do que o normal
Fonte: Fretebras