Uma atividade importante para o turismo será retomada após cerca de um ano e nove meses de suspensão por conta da pandemia da covid-19. A partir desta sexta-feira (5), o navio MSC Preziosa será lançado ao mar na costa brasileira, no porto de Santos (SP), dando início à temporada dos cruzeiros marítimos no país.
A volta do serviço foi autorizada pelo governo federal e será regida pelos protocolos sanitários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que incluem, por exemplo, a apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19.
No Rio Grande do Sul, o porto de Rio Grande é o destino dos principais cruzeiros que tem como rota o sul do país. Antes da pandemia, em média, recebia de seis a sete embarcações por temporada, mas desta vez, por enquanto, o terminal não entrou nos roteiros em comercialização.
— Há várias verificações de datas e calendários, mas ainda não temos confirmado para essa temporada. Só temos consultas de datas, o que mostra que o mercado está reagindo — diz o superintendente do porto de Rio Grande, Fernando Estima, lembrando que a temporada se estende até abril e, até lá, o cenário pode mudar.
Na Região Sul, Itajaí e Balneário Camboriú, em Santa Catarina, estão confirmados nas rotas dos cruzeiros.
— Os protocolos sanitários são praticamente os mesmos que adotamos desde o início da pandemia. Estamos preparados — afirma o superintendente.
Apesar das regras sanitárias gerais serem definidas pela Anvisa e o Ministério da Saúde fazer o monitoramento do cenário epidemiológico da covid-19 e coordenar a quarentena de casos suspeitos e confirmados, os governos locais são responsáveis por elaborar planos que estabeleçam condições para dar assistência em saúde aos passageiros que desembarcam nas cidades.
Além do passaporte vacinal, a retomada dos cruzeiros também exige:
- Realização do exame do tipo RT-PCR até 72 horas antes do embarque ou do teste de antígeno até 24 horas antes do embarque
- Redução de viajantes para 75% da capacidade total do navio
- Testagem diária de 10% dos passageiros a bordo e 10% da tripulação
- Testagem semanal de toda a tripulação a bordo
- Separação de cabines para isolamento de casos suspeitos a bordo
Cautela
A Anvisa condiciona a volta dos cruzeiros marítimos à situação epidemiológica das cidades por onde a embarcação vai passar.
Por ser um local de circulação de várias pessoas em ambientes predominantemente fechados, a agência recomenda que certos grupos considerados mais vulneráveis para covid-19, como idosos, grávidas, pessoas comorbidades ou imunossuprimidas, avaliem com cautela a decisão de embarcar em uma viagem de cruzeiro.
— Em contraponto à tendência otimista, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alerta sobre o surgimento de novas variantes e o crescimento de casos em países com quadros já normalizados. Para que as atividades possam ser retomadas de forma segura, é essencial o cumprimento dos requisitos da Anvisa, somada à ação dos municípios que vão receber esses navios – disse a diretora da agência Cristiane Jourdan durante a aprovação do protocolo.
Até o sistema de ventilação dos cruzeiros deverá ser fiscalizado: empresas operadoras de cruzeiros deverão apresentar um plano à Anvisa antes do início das atividades e se comprometer a limpar o sistema de ar condicionado de forma rotineira e instalar filtros de alta eficiência, que renovam o ar com mais frequência, dificultando a disseminação do vírus.
Temporada
De acordo com o Ministério do Turismo, a temporada de cruzeiros terá, até o momento, cinco embarcações navegando pela costa brasileira, com 386 mil leitos disponíveis, 107 roteiros e 392 escalas. Entre as cidades que devem receber os navios estão Rio de Janeiro, Santos, Salvador e Maceió.
A retomada do turismo náutico deve movimentar R$ 2,5 bilhões, segundo o governo federal. A Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos estima a geração de 25 mil empregos.