O Partiu RS de hoje vai até a Fronteira Oeste para apresentar os atrativos de um rio que separa o Brasil da Argentina mas que, curiosamente, chama-se Uruguai. De Porto Alegre, o caminho é longo, mas não é nada complicado. Basta seguir a BR-290 até Uruguaiana, uma viagem de cerca de 650 quilômetros e, pelo menos, sete horas de carro. De avião, são menos de duas horas.
Aqui na Fronteira, a gente brinca que Uruguaiana é longe de tudo – só é perto, mesmo, da Argentina. Os municípios brasileiros mais próximos são Barra do Quaraí, a 70 quilômetros de distância, e Itaqui, a quase cem quilômetros. Mas é só cruzar uma ponte sobre o Rio Uruguai para chegar à cidade argentina de Paso de los Libres, distante apenas 10 minutos de carro.
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Uruguaiana é uma cidade antiga, que surgiu na Revolução Farroupilha, há 174 anos. Foi referência no comércio por ficar em uma tríplice fronteira, entre Brasil, Uruguai e Argentina. Entre 1890 e 1900, era através dos portos daqui que chegavam os produtos vindos da Europa, que seguiam de barco pelo Rio Uruguai.
A importância econômica do rio é resgatada no Museu do Rio Uruguai, aberto de segunda a sexta, das 8h30min às 14h, e com entrada gratuita. O local funciona há nove anos em um casarão do início do século 20, todo reformado, como uma arquitetura que lembra um barco. Ali, o visitante pode ficar bem perto de objetos como pontas de lanças usadas por índios. No pátio, há embarcações que fizeram parte da história da navegação no rio.
Tudo que está no museu foi arrecadado por meio de doações da comunidade e de entidades. Um dos barcos, por exemplo, doado pela Marinha, era usado antes da construção da ponte internacional para levar brasileiros e argentinos do outro lado do Rio Uruguai, para fazer compras.
Hoje, os veículos que navegam por ali são outros, bem mais modernos. No Clube Naval, é possível alugar um caiaque ou uma prancha de stand-up paddle por R$ 20 a hora.
– É bom pra saúde, tranquiliza a cabeça, é ótimo – comenta o empresário Paulo Nunes.
Um ponto que fica no início da principal avenida de Uruguaiana, a Presidente Vargas, passou de depósito de lixo a local de encontro de moradores de toda a cidade. Os próprios moradores do bairro Bela Vista fizeram um mutirão para tentar repaginar a região. O maior responsável pela limpeza foi o pedreiro Alexandre Ceccon.
– Desde outubro, nós que limpamos isso aqui, minha esposa e eu. A gente pinta, recolhe o lixo, por conta própria – orgulha-se Ceccon, que pede em troca aos visitantes apenas que mantenham o lugar limpo.
Se der fome, as opções são bem variadas. O Clube Tamandaré, por exemplo, abre as portas para o público aos domingos com bufê e um churrasco suculento a R$ 40. Depois do almoço, além dos doces típicos, oferece uma bela vista para o Rio Uruguai.
Se a ideia for só um lanche, a nossa dica é um hambúrguer de carne de costela (R$ 16) – carro-chefe do Baita Bar, que também fica na beira do rio (foto abaixo). Ali, o conceito da sustentabilidade está na estrutura, de um contêiner. Para quem gosta de petiscar, o Buteko dos Amigos oferece espetinho de peixe (R$ 5) e cerveja gelada de litro. Ah, e nos fins de semana tem música! Depois do lanche, dá para cair no samba.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)