Pelotas desperta para mais um dia aos seus 204 anos. Impossível não admirar o município e seus casarões, do passado luxuoso ao contemporâneo, da arquitetura requintada à simplicidade do pescador à beira da lagoa. Aqui, tudo convida a um passeio. É uma viagem pelo tempo sem deixar o presente.
Começamos nosso roteiro pelas charqueadas, as antigas fazendas onde se produzia o charque, fonte de riqueza e de boa parte da história da cidade no século 19. A cerca de 10 minutos do centro, algumas se tornaram pontos turísticos. É possível passar por todas em um passeio de barco pelo Arroio Pelotas, que sai da Charqueada São João e custa R$ 35.
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Por 50 minutos, o visitante aprende sobre a história desses lugares. Se você quiser almoçar e passear pela propriedade, o custo é de R$ 85 (apenas o tour guiado sai por R$ 25). Ali, guias explicam como era a vida na época, sustentada pela mão de obra dos escravos. Em um dos cômodos usados como locação de A casa das sete mulheres (2003), é contado um pouco da passagem da minissérie por ali.
O filme O tempo e o vento (2013) também foi gravado em charqueadas de Pelotas. Se quiser ficar mais tempo no município, dá para se hospedar em uma delas, a Santa Rita, com diária a R$ 280 o casal e café da manhã. Os hóspedes também podem aproveitar o passeio a cavalo (R$ 60), ideal para relaxar e apreciar a vista.
Santa Rita fica perto da Praia do Laranjal, que, nos fins de semana, é um dos destinos preferidos dos moradores. Cenário perfeito para brincar com as crianças ou tomar um chimarrão com os amigos. Perto dali, fica o Recanto de Portugal, na beira do Arroio Pelotas, onde as pessoas param para tomar chimarrão na grama, olhando a paisagem. É um bom lugar para apreciar o pôr do sol e registrar belas fotos.
Para a criançada, há o Parque da Baronesa, onde está um dos museus de usos e costumes mais completos do Brasil (entrada a R$ 3). A casa é mantida como na época em que a família Antunes Maciel viveu ali.
Essa história de barões, baronesas e charqueadores também está presente nos casarões do centro da cidade. Ao redor da praça principal, além da prefeitura e da biblioteca pública, estão outros prédios que já foram casas de famílias poderosas no passado.
Esse trajeto e outros pontos turísticos de Pelotas podem ser visitados de um jeito diferente: pelo Expresso Quindim, um ônibus amarelo como o doce. O tour é para grupos fechados, com até 25 pessoas, e custa a partir de R$ 300 (agendamento pelo telefone 53 3028-0352).
Em uma das paradas, na Catedral Metropolitana São Francisco de Paula, a mineira Danielle Pessoa se encantou com as pinturas de Aldo Locatelli, artista italiano que decorou a igreja com passagens bíblicas.
– Muito, muito lindo mesmo! É uma história de Pelotas que, às vezes, quem vem de fora não imagina ser tão rica – diz ela.
Cansado? Que tal uma pausa em um dos cafés mais tradicionais da cidade? O Aquarios é parada obrigatória. Como diriam os pelotenses Kleiton e Kledir: "Tomei um café no Aquário / Bem quente pra ver se aquece / Agradeci obrigado / E a moça disse: merece!".
Claro, é impossível visitar Pelotas e não comer os tradicionais doces, atração da principal festa da cidade, a Fenadoce, que, em 2017, será realizada entre 31 de maio e 18 de junho. Danielle, que é doceira, veio de Piracicaba, interior de São Paulo, para conferir as delícias:
– Há bastante doces diferentes que São Paulo não tem. O de fios de ovos foi o que achei mais diferente. Com certeza vou levar para minhas clientes poderem provar um pouquinho também.
Como a dieta não faz parte desse roteiro, vale a pena provar um dos famosos lanches de Pelotas: o cheese bebum, feito com vinho, no Circulu's. E, quando a noite chegar, visite um dos cartões-postais da cidade, o Mercado Público, onde restaurantes oferecem comida ao ar livre. No fim de semana, até com roda de samba.
Como ir
A partir de Porto Alegre, basta pegar a BR-116. São 260 quilômetros, em aproximadamente três horas de viagem.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)
