Mesmo quando se torna ameaçador, como nos últimos dias, o Guaíba é sempre minha referência em Porto Alegre. É por ele que gosto de passear – de barco; a pé, nas poucas calçadas que o margeiam; de carro, pelas avenidas ao longo dele; ou apenas olhando-o da minha janela. Me entristece quando o vejo invadir casas e expulsar gente. Me fascina quando flagro gente se acomodar à frente dele para admirar e aplaudir o sol que cai, especialmente em três pontos: no Gasômetro, junto à Fundação Iberê Camargo e na curva da Assunção, próximo à Pracinha do Timbuca.
Às vezes, eu mesma me posiciono para a ode ao pôr do sol, que pode não ser o mais bonito do mundo, como se vangloriam porto-alegrenses, mas é de encher os olhos de fotógrafos amadores feito eu. E aí, por acaso, li um texto de um fotógrafo profissional que me encantou. Numa edição de setembro do Turismo da Folha de S.Paulo, J.R. Duran, fotógrafo respeitadíssimo, confessou que viaja até aqui só para tomar café na Fundação Iberê Camargo. O café é o pretexto, esclarece. E Duran faz uma descrição de dar inveja a vizinhos da construção:
"… Que seja um dia de inverno, que faça um céu azul de trincar a retina, o que, com certeza, proporcionará um pôr do sol no ritmo e do tamanho certo. É nesse momento que a luz entra pela janela da cafeteria com impecáveis 90 graus, riscando no chão e nas paredes sombras de fazer inveja a David Hockney. Tudo isso transforma a visão, pela abertura que dá para o mundo, em uma outra obra de arte".
Fiquei com inveja do texto e da descrição. Fiquei com certa vergonha por nem sempre perceber certas nuanças que estão a pouco mais de meia hora de caminhada de casa.
Perfil
Rosane Tremea é jornalista, colunista, blogueira, e não aparece na foto porque na época selfies ainda não estavam no nosso vocabulário. Conhece menos lugares do que gostaria e se empenha para ampliar essa lista, mas também para revisitar muitos deles.
Para quem gosta de descobrir lugares diferentes e sair do trivial, assim como eu, Porto alegre sempre tem algo a desvendar. A pequena e aconchegante Praça de Shiga, localizada na Plínio Brasil Milano com a Cristóvão Colombo, na Zona Norte, é um passeio recomendado para uma tarde de domingo. Cercada de verde e flores da época e com uma pequena cachoeira, torna-se um local agradável para passear e meditar.
Neuzir Benites
De Porto Alegre, em julho de 2015
Na foto, a Igreja Nossa Senhora das Dores vista do terraço da Casa de Cultura Mario Quintana, em passeio do Free Walk POA. Gostamos muito das histórias contadas pelos guias. Ótima iniciativa!
Mariza Schaan e Débora Schaan Fernandes
De Porto Alegre
Junto à Usina do Gasômetro, um dos belos pontos turísticos da Capital, deparamos com a estátua de Elis Regina sobre uma base em granito, que lembra um LP. Ao lado, há um banco. Impossível resistir a uma foto. Eterna lembrança da Pimentinha.
Isolde Fritscher
De Porto Alegre, em julho de 2015
Na seção Seu Olhar, os leitores do caderno Viagem compartilham suas experiências em destinos pelo mundo de acordo com desafios propostos por ZH semanalmente. Confira mais desafios.
Próximos desafios:
27 de outubro – Portugal
3 de novembro – Tóquio
10 de novembro – Punta del Este
Se você conheceu o lugar escolhido como próximo desafio e tem um relato interessante sobre sua experiência, envie um texto de 20 linhas para Zero Hora, preferencialmente pelo e-mail seuolhar@zerohora.com.br, ou para o endereço Avenida Ipiranga, 1.075, bairro Azenha, CEP 90.169-900, a/c Caderno Viagem. Mande também seus dados pessoais (nome, profissão, idade, lugares que já conheceu ou que pretende visitar), acompanhados de uma foto em que você apareça.
Você também pode participar enviando uma dica curta para o e-mail seuolhar@zerohora.com.br, colocando seu nome, a cidade onde mora, além da data em que a foto foi tirada.