Leitora relata as surpresas de viagem à Jordânia

Uma das grandes surpresas que o Oriente Médio nos reserva é, na Jordânia, as praias e a infraestrutura turística do Golfo Ácqaba. Ali tudo é bonito, sofisticado e voltado para o deslumbramento do turista. Curiosamente, o povo local, muçulmano, não vai à praia. No máximo, se limita a frequentar as piscinas dos clubes e dos hotéis.

No transcurso do Egito para Israel, fizemos uma parada na Jordânia para conhecer as belíssimas praias de Ácqaba, a moderna capital Amã e o indescritível sítio que os locais chamam de Al-Khazneh (tesouro, em árabe), em Petra.

O povo da Jordânia é receptivo e acolhedor. Eles têm prazer em demonstrar sua hospitalidade para com os turistas. Nas cidades há grandes outdoors com fotos da família real, expressando alegria em receber o visitante. Quando meu marido desceu as escadas da piscina do hotel, uma garota de uns 12 anos, vendo que ele era turista, veio ao seu encontro para dar-lhe, em fluente inglês, as boas vindas.

Na estada em Ácqaba, nos hospedamos no elegante Marina Park Hotel, onde ocorreu um fato inusitado: eu já estava acostumada com os trajes das muçulmanas, especialmente as fundamentalistas, no Egito, na Turquia e nos aeroportos europeus. Mas nunca tinha visto uma na piscina, com uma malha rosa-shocking que deixava aparecer apenas o rosto, as mãos e os pés. Achei interessante o traje da moça e resolvi fotografá-la.

Meu marido me advertiu que não seria prudente sem falar com ela. Puxei conversa em inglês e ela aquiesceu à minha ideia, mas disse que primeiro teria que obter a permissão do marido dela, o que ocorreu sem maiores contratempos. Tiramos várias fotos e confraternizamos. Foi a partir dessa viagem que descobri o real sentido da palavra Islã (obediência, submissão).