Observando a cerração, sentada em uma canga, Ilana Dal Pozzo, 22 anos, buscava pelo mar de Capão da Canoa. A estudante de Economia na Ufrgs conversou com a reportagem quase de olhos fechados, na manhã desta quinta-feira (20).
– É muita claridade dessa neblina, não consigo nem ficar olhando. Tô aqui ouvindo o mar e sentindo o calor do sol.
O dia começou com uma névoa densa, que se manteve no meio da manhã. Às 10h, era possível ver apenas a espuma das ondas quebrando na areia. Mesmo pouco convidativa, a praia recebia um bom público nesse horário, ao lado da guarita número 76.
O oceano permanecia "escondido", mesmo para os veranistas instalados mais próximos da água - fria, como tem sido frequente na temporada atual
– Não entrei mais de duas vezes no mar, tá muito gelado – explica o servidor aposentado Wando da Rosa, 65 anos.
A bandeira dos guarda-vidas tem cor vermelha nesta manhã.
Morador da Capital, Wando decidiu caminhar em direção oposta à sua esposa. Usou a mão espalmada como viseira e procurou pela mulher.
–Não enxergo ela de jeito nenhum – diz.
Mesmo com pouca esperança de que o sol vá aparecer, Eusébio Paulo Allgaier, 70 anos, decidiu instalar um sombreiro.
– A praia é sempre boa, com ou sem sol – afirma, despreocupado com o céu pachorrento.
O amigo, Silvio Scalon, 68, justifica o uso de dois guarda-sóis:
– É que ta abafado, muito calor.
Nesta quinta-feira, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o tempo segue firme no Litoral Norte, com sol entre as nuvens. Em Capão, os termômetros oscilam entre 21ºC e 32ºC.