Além da faixa de areia, o calçadão revitalizado da praia de Capão da Canoa está lotado neste domingo (14). O vento ameniza o sol forte, mas os banhistas utilizam barracas, tendas e guarda-sóis perto da areia para evitar que eles "voem". O mar segue limpo e pouco gelado, atraindo crianças e adultos.
A professora de Anatomia, Fisiologia Humana e Histologia na Unisinos Daiana da Silva Castiglioni aproveita o feriado com os filhos e o marido, que fazia uma espécie de pescaria artesanal utilizando uma rede com saco de ráfia para divertir as crianças. Ao final, os peixinhos foram devolvidos ao mar.
— O clima é muito bom em Capão. Chegamos cedo porque tem menos movimento e menos vento também. Além disso, há pracinhas e gostamos muito de vir para cá. O final de ano já está garantido — afirmou a professora.
Moradora de Esteio, na Região Metropolitana, a bancária Carla Bianchi aproveita a beira da praia durante todos os feriados com a tia Solange Bianchi. Elas têm apartamento de frente para o mar, portanto, o vento faz parte da estadia na cidade. Por conta do aumento dos custos para viajar e da inflação, a família tem buscado alternativas para minimizar os gastos na praia.
— Estamos em cinco pessoas e anteriormente vínhamos em dois carros, mas agora modificamos o esquema. Utilizamos somente um carro para economizar. O preço da gasolina está terrível, acrescentando os pedágios. Porém, seguiremos vindo para cá porque praia é fundamental — relatou Carla.
Já a paraibana de Patos Maria Glorinha da Silva Soares está no Sul há vinte anos trabalhando com vendas. Acostumada com Itapema, em Santa Catarina, escolheu Capão da Canoa pela primeira vez para trabalhar nesta temporada de verão. Junto do filho, vendem artigos de praia, como chapéus, bandanas e turbantes, alguns deles com filtro solar.
— Está começando o movimento na praia, né? Esperamos que seja uma boa temporada porque as pessoas estão vindo em peso para a areia e estas bandanas já são um sucesso — disse.
Capão da Canoa teve aumento expressivo de sua população durante a pandemia —o prefeito Amauri Magnus Germano estima que o crescimento populacional pode ter sido de aproximadamente 30 mil pessoas, considerando os cartões SUS registrados no município. Entre os moradores recentes está Luiz Carlos Duarte, que saiu de Uruguaiana faz um ano para estar mais próximo da família.
— Não vim por conta da pandemia, mas para deixar minha mãe mais próxima das minhas duas irmãs. Vim do campo, morava no Interior. Chegamos aqui em setembro do ano passado e foi difícil, não via um cavalo na rua. Agora, nos entrosamos, me acostumei que estou na praia e a vida é muito melhor. É uma maravilha morar aqui— comentou entre um mate e outro, sentado no calçadão.