Agradecer pela vida: este é o ritual diário de Árina Ribeiro, 40 anos, moradora de Capão da Canoa. Vivendo na praia há 18 anos, a cabeleireira adotou o hábito há cerca de oito anos, quando o filho Khalil Lucero nasceu.
Minutos antes das 7h desta segunda-feira (7), a reportagem de GaúchaZH encontrou Árina ajoelhada na areia da praia, com os braços estendidos. Ela olhava para o mar, que refletia os primeiros raios de sol da manhã.
– Todo dia, quando faço minha caminhada, paro aqui para agradecer por estar no melhor lugar do mundo. Aqui tenho uma vida tranquila e feliz – conta.
A cabeleireira morava em Canoas antes de se mudar para a praia. Na Região Metropolitana, foi assaltada diversas vezes e, aos 16 anos, perdeu a irmã e o cunhado assassinados em um assalto. Ela estava junto e viu tudo acontecer quando o cunhado reagiu.
– Foi horrível e teve muito reflexo na nossa vida. Minha mãe teve depressão e não queria que ninguém mais saísse de casa. Tive uma vida muito turbulenta em Canoas – relata.
Árina sempre teve o sonho de ser mãe, mas queria se mudar para um lugar mais calmo para que isso pudesse se concretizar. Na praia, deu à luz o filho Khalil, hoje com oito anos. O parto teve complicações e, depois disso, ela decidiu mudar seu estilo de vida.
– Eu era obesa e quase morri no parto por várias complicações. Depois disso, comecei a caminhar diariamente e a agradecer sempre. Agradeço pela vida, pelo meu filho, pela qualidade de vida aqui e por poder sair sair à noite, sem medo, nesta cidade tranquila.
